Por julia.amin

São Paulo - Depois de três horas de depoimento, o tio-avô do garoto Marcelo Pesseguini, Sebastião de Olivera Costa, deixou o Departamento de Homicídio e Proteção à Pessoa (DHPP) nesta segunda-feira afirmando que, a partir de agora, não comenta mais a morte das cinco pessoas de sua família na Vila Brasilândia, zona norte de São Paulo na semana passada.

Costa era o principal porta-voz da família, que não acredita na versão policial, que atribui o crime ao menino de 13, que teria cometido suicídio depois de matar os pais, a tia e a avó. “Não vou falar mais nada. Tudo o que vocês quiserem saber perguntem ao delegado”, afirmou costa ao deixar o DHPP. O tio-avô do menino voltou a dizer que a “a família está triste, chocada”. “Eu quero um pouco de sossego. Ninguém aguenta mais. Não estamos podendo nem trabalhar.”

Portão da casa da família Pesseghini foi pichado Reprodução Vídeo


Costa foi questionado se ainda acreditava na inocência de Marcelo. “Eu falei que não posso falar mais nada”, respondeu ele, que em seguida negou que a orientação tivesse partido de Itagiba Franco, o delegado responsável pelo caso. “A gente não vai falar mais nada”, repetiu.

Costa foi chamado para depor e entregar uma chave encontrada no domingo ao lado do portão que protege a casa na Brasilândia. “Eu não testei [a chave]. A perícia vai dizer.”

Nesta segunda, a casa em que o crime ocorreu amanheceu com as paredes pichadas. Os responsáveis invadiram o terreno e picharam as paredes externas da residência pedindo “justiça”. Os muros de alguns vizinhos também foram pichados.

Janelas, portas e paredes foram cobertas com frases evocando justiça, mas nem pareciam se relacionar com o caso. Uma oração digitada em papel sulfite sob o título “pelos que regressaram à espiritualidade” foi colada no portão com fita adesiva.

“Depois de uma tragédia dessas, ainda tem quem faça isso?”, questionava uma das vizinhas enquanto tentava pintar as frases em seu muro.

A casa pertenceu aos pais de Andreia Pesseghini, que se mudaram para a Brasilândia há cerca de 50 anos.

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