São Paulo - Uma das bandeiras dos protestos que tomaram o país, a melhoria na educação recebeu resposta imediata do governo Dilma Rousseff. De olho na reeleição no ano que vem, a presidenta garantiu ontem injeção de verbas bilionárias para o setor nos próximos dez anos. Em visita a São Bernardo do Campo, na Grande São Paulo, Dilma previu que os royalties do pré-sal o para a Educação chegarão a R$ 112 bilhões. “Começam com R$ 1,4 bilhão em 2014, devem saltar para R$ 3 bilhões em 2015 e para R$ 6 bilhões em 2016, chegando a R$ 13 bilhões em 2018”, disse. “A perspectiva é de aplicar R$ 112 bilhões em dez anos.”
As vultosas verbas são fruto de projeto de lei apresentado por Dilma ao Congresso, no calor das manifestações de rua em junho. Originalmente, o texto destinava 100% dos royalties do petróleo à Educação. Mas foi aprovado, com emenda, incluindo recursos de 25% para a Saúde e 75% para Educação.
A presidenta fez fé na educação. “Só seremos uma nação desenvolvida se nós utilizarmos as riquezas finitas que temos, por exemplo os royalties do petróleo, na educação. Um país do porte do Brasil só se transforma em uma nação desenvolvida se investir em educação”, disse Dilma. A presidenta informou que é preciso primeiro investir em creches, não só para dar às mães local seguro para deixar seus filhos enquanto trabalham, mas para garantir o acesso igualitário à educação básica. “Queremos que até os 8 anos de idade todas estejam alfabetizadas”, afirmou Dilma.
A presidenta também defendeu melhoria da remuneração dos professores, e a ampliação do Ensino Médio em tempo integral.
Investimentos para a Saúde
Ainda no rastro de ecos das ruas, a Saúde é outra área a merecer atenção da presidenta. Ela voltou a defender o Programa Mais Médicos e disse que deverá colocar mais R$ 15 bilhões para o investimento em postos de saúde, unidades de Pronto-Atendimento e hospitais até 2015. “Também vamos aumentar o número de médicos formados no Brasil. Até 2017, devem ser mais 11 mil e 12 mil residentes, nas áreas mais importantes”. “Há 700 municípios no Brasil que não têm nenhum médico. Enquanto não formarmos os médicos no Brasil, que venham médicos de todo o mundo para garantir acesso a essas pessoas”.