Fortaleza (Ceará) - Um grupo de quase 100 médicos estrangeiros foram hostilizados na noite da última segunda-feira, no Ceará. Inscritos no programa Mais Médicos, eles participavam de uma solenidade de acolhimento, organizada pelo Ministério da Saúde, quando foram surpreendidos por um protesto organizado pelo Sindicato dos Médicos do Ceará (Simec), onde foram chamadores de "incompetentes" e "escravos".
Os médicos estrangeiros ficaram presos no local por meia hora e deixaram o edifício com a ajuda da Polícia Militar. O Conselho Estadual de Saúde emitiu nesta terça-feira uma nota pedindo uma retratação da Simec. Segundo o conselho, o protesto foi uma demostração de "demonstração de intolerância" e "xenofobia" por parte dos médicos brasileiros.
Os médicos cubanos começaram a desembarcar no Brasil no último sábado e começaram na segunda-feira o curso de preparação com aulas sobre saúde pública brasileira e língua portuguesa. Após a aprovação nesta etapa, eles irão para os municípios. Os médicos formados no país iniciam o atendimento à população no dia 2 de setembro. Já os com diploma estrangeiro começam a trabalhar no dia 16 de setembro.
O curso vai ter carga de 120 horas com aulas expositivas, oficinas, simulações de consultas e de casos complexos. Também serão feitas visitas técnicas aos serviços de saúde com o objetivo de aproximar o médico do ambiente de trabalho.