Fortaleza e Brasília - O ministro da Saúde, Alexandre Padilha, classificou de “truculência” e “xenofobia” as ofensas que médicos brasileiros gritaram para os 96 colegas cubanos que saíam da primeira aula do curso preparatório para participar do programa ‘Mais Médicos’, do governo federal. Na segunda-feira à noite, em Fortaleza, manifestantes vestidos de branco chamaram os estrangeiros de “escravos” e repetiram palavras de ordem como “voltem para a senzala”.
“Em primeiro lugar, tem muita truculência, muita incitação ao preconceito e à xenofobia. Lamento veementemente a postura de alguns profissionais — porque eu acho que é um grupo isolado — de ter atitudes truculentas, incitar o preconceito, a xenofobia. Participaram de um verdadeiro ‘corredor polonês’ da xenofobia, atacando médicos que vieram de outros países para atender a nossa população”, disse o ministro ontem no Senado.
Padilha foi conversar com o vice-líder do PR na Casa, senador Antônio Carlos Rodrigues (SP) sobre o programa que pretende conceder bolsas de R$ 10 mil a médicos brasileiros e estrangeiros que concordem em atuar em áreas carentes no interior do país e na periferia das grandes cidades. A Medida Provisória que cria o ‘Mais Médicos’ precisa ser aprovada pelo Congresso até novembro.
O ‘corredor polonês’ a que o ministro se referiu aconteceu na Escola de Saúde Pública do Ceará. Os médicos cubanos também foram chamados de “incompetentes”.