Por bferreira

Recife e Brasília - No mesmo dia em que a presidenta Dilma Rousseff criticou severamente o preconceito de profissionais brasileiros aos estrangeiros, o médico uruguaio Gonzalo Lacerda Casaman, 31, fez o seu primeiro atendimento no Brasil pelo Mais Médicos. E foi em uma calçada na cidade de Vitória de Santo Antão, em Pernambuco. Também ontem, o Supremo Tribunal Federal, STF, negou pedido de liminar no mandado de segurança impetrado pelo deputado federal Jair Bolsonaro (PP-RJ) para suspender o programa.

Dilma se indignou contra os insultos de supostos médicos brasileiros aos primeiros cubanos que chegaram ao país, chamado-os de “escravos” e que “voltassem à senzala”, como O DIA destacou em sua edição de ontem. “É um imenso preconceito sendo externado contra os cubanos. É importante dizer que os médicos estrangeiros, não só cubanos, vêm ao Brasil para trabalhar onde médicos brasileiros formados aqui não querem trabalhar”, afirmou a presidenta.

Primeira paciente do Mais Médico, Helena Paulina de Araújo, 63 anos, ambulante, foi atropelada por uma moto e recebeu os primeiros socorros do uruguaio que passava no local. E o idioma não foi barreira. “Entendi tudo o que ele falou”, disse.

Gonzalo percebeu escoriações no joelho e cotovelo esquerdos, sem gravidade. Como Helena foi atingida também no tórax, o médico pediu que chamassem a emergência. Minutos depois, o atendimento do Samu chegou, fez curativos nas escoriações e levou a mulher para um raio X.

Gonzalo não imaginara que faria seu primeiro atendimento ainda nesta fase do programa e se disse feliz: “É para isto que estamos aqui”. Helena elogiou o Mais Médicos. “Com certeza vale a pena os médicos estrangeiros.”

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