Por helio.almeida

Rio - A denúncia de espionagem na Petrobras por parte dos Estados Unidos é vista pela estatal como "ataques concorrenciais", como informou comunicado na noite desta segunda-feira. A presidenta Dilma também se pronunciou sobre o caso, onde subiu o tom e afirmou o que monitoramento norte-americano não tem como objetivo a segurança nacional deles, e sim o "interesse econômico". Nesta terça-feira, O ministro de Relações Exterioresa Luiz Alberto Figueiredo desembarca nos Estados Unidos cobrar pessoalmente as explicações prometidas pelo presidente norte-americano, Barack Obama.

Sede da Petrobras no Rio de JaneiroReprodução Internet

De acordo com a Petrobras, a companhia possui sistema que protege permanentemente os dados em caso de vazamento de informação e que as informações constantes dos arquivos da Companhia são continuamente atualizados à medida que as centenas de projetos têm andamento. Segundo a empresa, as informações internas são classificadas e tratadas com soluções tecnológicas, como criptografia, adequadas aos níveis de proteção.

"A Companhia executa todos os procedimentos identificados como melhores práticas de mercado na proteção de sua rede interna e de seus dados e informações", informou a nota. "Noventa por cento das mensagens externas de correio recebidas pela Petrobras são descartadas por apresentarem características potencialmente danosas. Tais características poderiam ter, eventualmente, possibilitado algum tipo de acesso a dados".

Os investimentos da Petrobras em tecnologia da informação e telecomunicações, segundo ela, são compatíveis com o seu Plano de Negócios e Gestão e com os das demais empresas de mesmo porte do setor de petróleo no mundo. "Ataques concorrenciais e outros se tornam cada vez mais complexos, o que continuará a exigir da Petrobras investimentos permanentes e significativos em tecnologia de proteção a dados e informações".

Dilma: 'interesses econômicos'

A presidenta Dilma também divulgou uma nota informando que o governo cobrará madidas concretas para proteger o país. Em tom mais alto, Dilma comentou o caso de monitoramento da Petrobras por parte dos norte-americanos e levantou dúvidas sobre o objetivo da violação de informações.

"Tais tentativas de violação e espionagem de dados e informações são incompatíveis com a convivência democrática entre países amigos, sendo manifestamente ilegítimas. De nossa parte, tomaremos todas as medidas para proteger o país, o governo e suas empresas", infromou o comunicado da Presidência da República.

Dilma disse que o governo brasileiro está empenhado em obter esclarecimentos do governo norte-americano sobre todas as violações eventualmente praticadas, bem como em exigir medidas concretas que afastem em definitivo a possibilidade de espionagem ofensiva aos direitos humanos, a soberania e aos interesses econômicos.

"Assim, se confirmados os fatos veiculados pela imprensa, fica evidenciado que o motivo das tentativas de violação e de espionagem não é a segurança ou o combate ao terrorismo, mas interesses econômicos e estratégicos", afirmou.

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