Rio - Os ministros da Integração Nacional, Fernando Bezerra, e da Secretaria de Portos, Leônidas Cristino, além do diretor da Chesf (Companhia Hidro-Elétrica do São Francisco), João Bosco de Almeida, entregam os cargos ainda hoje à presidente Dilma Rousseff. O PSB, que ainda se reúne, aguarda um horário para anunciar a decisão a Dilma.
O partido explica que a saída do governo atinge somente os cargos que foram negociados pela direção nacional do partido com a presidente Dilma.
Do encontro, também será divulgada uma nota explicando o rompimento. As alegações do documento ainda estão sendo discutidas. Há quem defenda que o rompimento se justifique pelas críticas da cúpula PT, mas outros argumentam que deve constar na nota a explicação de que o PSB tem projeto próprio e não teria cabimento continuar no Planalto.
Embora a reunião não tenha sido encerrada, as resistências internas do partido já foram superadas. É o caso da senadora Lídice da Mata (PSB-BA), que defendia a permanência no governo, além do senador Carlos Valadares (PSB-SE) e o governador do Ceará, Cid Gomes.
Cid, padrinho político de Leônidas Cristino, já comunicou que cumprirá a decisão do partido de entregar o cargo. Lídice chegou a dizer que respeitara a decisão da Executiva e que, se necessário, se candidatará ao governo da Bahia para montar palanque para o governador de Pernambuco, Eduardo Campos , em 2014.
Bezerra, na reunião, chegou a comentar que a sua decisão de deixar o governo foi tomada na semana passada quando soube da intenção do PMDB de indicar o seu substituto. Ao saber dessa notícia, ele ligou para Aloizio Mercadante, ministro da Educação, e pediu uma explicação. Mercadante disse que apuraria o caso e que retornaria, mas até hoje, segundo Bezerra, Mercadante não deu retorno.
Bezerra também falou na reunião sobre o episódio do lançamento do programa Água para Todos, no qual a ministra petista Tereza Campello, do Desenvolvimento Social e Combate à Fome, discursou no lugar dele embora o programa pertencesse à sua pasta. Bezerra relatou que a ministra chegou a questioná-lo por que teria de falar. Embora achasse estranho, ele desconversou e disse “que deveria ser porque o programa está ligado ao combate à fome”.
Na reunião, a deputada Luiza Erundina (PSB-SP) foi aplaudida ao apoiar a decisão de sair agora do governo. Ela disse que não há por que esperar até 2014.
A reunião com Dilma foi pedida ontem mesmo pelo presidente da legenda Eduardo Campos, que também conversou por telefone com o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Lula chegou a pedir um encontro no próximo dia 7 com Campos, mas o governador disse que já era uma decisão tomada.
As informações são da repórter Luciana Lima