Por joyce.caetano
Dilma em foto com Cid e Ciro Gomes e o governador Eduardo Campos ao fundoDivulgação

Brasília - A presidente Dilma Rousseff decidiu manter a Secretaria dos Portos sob a indicação do governador do Ceará, Cid Gomes, que deixou o PSB na semana passada e deve anunciar nesta terça-feira sua filiação e de seu grupo político ao PROS. Ainda nesta semana, Dilma Rousseff deverá chamar Cid para uma conversa em Brasília, da qual deve participar também o ex-ministro Ciro Gomes.

Os dois avisaram na semana passada que não têm interesse em ocupar pessoalmente um posto na Esplanada, embora montem por meio do PROS um dos palanques para a reeleição da presidente no Ceará. A motivação de Cid e de Ciro para recusar a pasta dos Portos tem o objetivo de demonstrar para a opinião pública que eles não tomaram a decisão de sair do PSB pensando nos cargos que tinham no governo de Dilma Rousseff.

A preferência da presidente era de que o demissionário Leônidas Cristino continuasse à frente da pasta. No entanto, Leônidas Cristino, que também está de malas prontas para se filiar ao PROS, terá o apoio dos irmãos Gomes para disputar as urnas no próximo ano e manifestou internamente a preferência por uma empreitada eleitoral.

Em reuniões do grupo, o nome de Leônidas já chegou a ser ventilado para disputar o governo do Ceará, com o apoio dos irmãos Gomes. O certo é que ele será candidato nem que seja a deputado federal e, por isso, teria que sair da pasta em janeiro, data que os demais ministros que entrarão na disputa em 2014 também sairão de seus cargos.

O plano dos irmãos Gomes mira o total alinhamento com o governo federal. Ciro certamente fará parte da coordenação da campanha à reeleição da presidente e Cid estará na liderança do PROS no Ceará, uma legenda que já nasce com viés afinado ao Planalto.

Integração

A Secretaria dos Portos é um dos cargos deixados pelo PSB há duas semanas, quando a executiva do partido, liderada pelo governador de Pernambuco, Eduardo Campos, tomou a decisão de desembarcar do governo da presidente Dilma Rousseff, entregando todos os cargos negociados pela direção nacional no início do governo.

Além da secretaria, o PSB também entregou o Ministério da Integração Nacional, a diretoria da Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e do Parnaíba (Codevasf), e as presidências da Superintendência de Desenvolvimento do Centro-Oeste (Sudeco) e da Companhia Hidro Elétrica do São Francisco (Chesf).

A presidente Dilma Rousseff já decidiu devolver a pasta da Integração Nacional para o PMDB, que indicará como ministro o atual presidente da Comissão de Constituição e Justiça do Senado, Vital do Rêgo (PB). A nomeação deverá ser confirmada nesta terça-feira em uma c onversa da presidente Dilma Rousseff com o vice, Michel Temer.
Para o governo, o objetivo de se manter o Ministério da Integração Nacional com o PMDB é o de manter “apaziguada” a convivência no Congresso. Embora Vital represente um PMDB no Senado, houve concordância do líder do partido na Câmara, deputado Eduardo Cunha (RJ) com a indicação de seu nome.

Reportagem de Luciana Lima

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