Brasília - Marina Silva adiou para hoje o anúncio da decisão sobre seu futuro político. Depois de ver negado na quinta-feira o registro da Rede Sustentabilidade, a ex-senadora já recebeu convite do PPS, PEN e PHS para ser candidata à presidenta em 2014 — o prazo para se filiar a tempo de concorrer termina à meia-noite. E, depois de uma reunião tensa que varou a madrugada de ontem, ela foi alvo de duras críticas de um de seus mais fiéis escudeiros, o deputado federal Alfredo Sirkis, que fez um desabafo ontem em seu blog horas antes de deixar o PV.
Depois de elogiar a “extraordinária líder popular” que Marina é, Sirkis disparou em seu texto: “Às vezes falha como operadora política, comete equívocos de avaliação estratégica e tática (...). Reage mal a críticas.” O deputado também deixou claro que foi voto vencido no processo de criação da Rede: “Eu tinha certeza absoluta que, se não tivéssemos, uma a uma, as assinaturas certificadas, carimbadas, validadas (...) íamos levar bomba.” Antes de dizer que continua apoiando Marina como candidata a presidenta, resumiu: “Para ser direto em bom carioquês: demos mole.” O deputado também recebeu convite do PPS, e ainda do PSB.
Em entrevista coletiva ontem, Marina creditou o desabafo de Sirkis à tensão em que todos os envolvidos na criação da Rede estavam. Mas polemizou ao insinuar que houve atraso proposital na validação das assinaturas que faltaram para o registro de sua legenda: “Houve decisão na ‘planície’ de cassar do direito da Rede de ser um partido.”
Marina não deixou escapar para que legenda poderá ir, mas deixou uma charada no ar: “Minhas decisões serão programáticas, não terão caráter pragmático.”