São Paulo - A aposentada piracicabana Miltes da Pressi Trevisan, de 86 anos, foi dada como morta, pela terceira vez, pelo INSS (Instituto Nacional do Seguro Social). Consequentemente, está sem receber o pagamento do mês de setembro, que deveria ter sido depositado em sua conta no último dia 1º.
Segundo Miltes, ela estranhou quando percebeu que o dinheiro não tinha sido depositado. Mas, achou que fosse problema do banco, devido ao movimento de greve dos funcionários.
Com três dias de atraso, entrou em contato com o INSS pelo telefone e foi informada que, ocorreu um erro em um cartório da região Nordeste do Brasil e ela foi dada como morta.
"Esta é a terceira vez que isto acontece. A primeira foi em 2005 e a segunda em 2006. O engraçado é que é sempre na mesma época", revela.
Na tentativa de solucionar o caso, a aposentada permaneceu três horas dentro da agência do INSS em Piracicaba, na tarde de quinta-feira. "Precisei levar toda minha documentação para provar que estou viva".
Apesar da papelada estar correta, o pagamento de Miltes deve ser feito apenas no próximo dia 9.
"Inclusive, eles disseram que o nome da pessoa que realmente morreu não é o mesmo que o meu. Fico sem entender como isto pode acontecer. Agora, me responde, como eu faço com as minhas contas?", questiona.
"Hoje, tive consulta médica e só com remédios gastei R$ 104. Estou zerada na minha conta, quero saber como vou fazer com tudo o que devo pagar", acrescenta.
A primeira vez que foi dada como morta, a aposentada estava em Fortaleza e ficou sem dinheiro para pagar a estadia do hotel.
"Foi um sufoco. Tive que resolver a situação toda por telefone, com o banco em que tenho conta. É constrangedor. E não estou falando apenas por mim. Certamente existem outras pessoas que estão passando pela mesma situação".