Rio - Aí, eu ligo para uma fonte perguntando por novidades e escuto: “O PT está rachado.” Penso mentalmente, de pirraça: “Sim, e a novidade?” Mas, enfim, o fato é que o presidente do PT no Rio, Jorge Florêncio, e uma comissão da executiva regional vão a São Paulo esta semana para avisar ao presidente nacional do PT, Rui Falcão, que subiu, e muito, a pressão pela saída do partido do governo Cabral imediatamente. Motivo: há agora mais petistas convencidos de que não dá mais para ficar numa administração com uma PM agindo com truculência em protestos de professores. E é claro que a posição não é unânime.
“Essa questão dos professores foi a gota d’água. Vamos a São Paulo e depois vou fazer uma reunião aqui”, disse Florêncio ontem. Segundo ele, é possível que a saída imediata do governo Cabral seja decidida já na semana que vem.
O PT ocupa hoje as secretarias estaduais do Ambiente e de Assistência Social e Direitos Humanos, e o acordo que por enquanto está valendo é a permanência dos respectivos secretários, Carlos Minc e Zaqueu Teixeira, até 30 de novembro.
MOLON: ‘CHEGA’
Só então PT e PMDB seguem cada um para seu lado para cuidar das pré-candidaturas do senador petista Lindbergh Farias e do vice-governador peemedebista Luiz Fernando Pezão.
O deputado federal Alessandro Molon está entre os que subiram o tom ontem em reunião no PT, pedindo, formalmente, que a regional delibere logo pela saída do governo Cabral e que a municipal também decida pela saída do vice-prefeito Adilson Pires do cargo: “Governo que bate em professor não pode ter o PT participando. Chega.” Outros parlamentares participaram da reunião.
Lindbergh também defendeu ontem a saída do PT dos dois governos “o mais rapidamente possível”. O senador está convencido de que a recente aliança do governador de Pernambuco, Eduardo Campos (PSB), com a ex-senadora Marina Silva (agora no PSB) vai atrapalhar o PMDB no Rio em 2014. Logo, “ajuda a gente”, raciocina Lindbergh. “Quero diálogo com Miro Teixeira (Pros) e com Romário (PSB)”, acrescenta.
O líder do PT na Alerj, André Ceciliano, por sua vez, dá bronca: “Que o Lindbergh diga isso, ok, ele é o candidato. Mas o PT do Rio não pode ser instável. Há um consenso de uma reunião em 30 de novembro. O momento exige maturidade e responsabilidade.”