Brasília - A presidente Dilma Rousseff fez uma visita silenciosa de quase duas horas ao Congresso Nacional nesta quarta-feira para participar da solenidade de 25 anos da promulgação da Constituição Federal. Diferentemente da visita feita em agosto, num claro gesto para se reaproximar da base aliada, Dilma não foi recebida por líderes de partidos apoiadores de seu governo.
O grupo da presidente, composto pela ministra Ideli Salvatti (Relações Institucionais) e Alexandre Padilha (Saúde), foi recebido pelos presidentes do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), e da Câmara, Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN).
Foi a quarta vez que Dilma visitou o Congresso em quase três anos de governo e, desta vez, foi a mais calada das visitas. Ao contrário da ida em agosto, quando elogiou o trabalho de deputados e senadores, a presidente se manteve quieta e evitou a imprensa com um forte esquema de segurança e poucas frases.
Ao ser questionada sobre a aproximação de Marina Silva e Eduardo Campos, Dilma mandou beijos. "Estou numa fase de beijos", disse. Interpelada pelo iG se os beijos seriam para o Congresso, com o qual ainda vive momento de tensão na coordenação de sua banda, a presidente disse que a fase "era com o Brasil".
A presidente também escapou da pergunta de jornalistas sobre como avaliava o avanço da inflação, que no ano soma alta de 3,79% no ano e 5,86% em 12 meses, conforme divulgado nesta quarta-feira pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) do IBGE. "Fiquei muito animada com a votação do Mais Médicos", desconversou.
A ausência de líderes aliados foi minimizada pelo comandante do governo na Câmara, Arlindo Chinaglia (PT-SP). "Houve uma melhora na relação (do Palácio do Planalto com o Congresso) na medida em que ela (Dilma) está se reunindo com os líderes da base pessoalmente", afirma.
O deputado garante ainda que a relação não está mais concentrada "nem na Ideli (Salvatti, ministra de Relações Intencionais) ou nenhum outro ministro', mas sim pela própria presidente.
Reportagem de Nivaldo Souza