Por adriano.araujo

Rio - Sempre que fala do tempo em que foi vice-prefeito de Cesar Maia (entre 2005 e 2006), o deputado federal Otavio Leite (PSDB) diz que a ele foi dada uma “caneta sem tinta”. Em miúdos: não tinha poder para fazer seus projetos, literalmente, saírem do papel. Vida que segue, esta semana Otavio vai procurar o filho do homem, o também deputado federal Rodrigo Maia (do DEM, como o pai), para conversar sobre a “frente de oposição” que o tucano quer formar no Rio. Otavio quer juntar, além do PSDB e do DEM, PPS, PV, PSB e os novíssimos Solidariedade (SDD) e Pros. O único ‘probleminha’ é que Otavio defende a candidatura do técnico de vôlei Bernardinho, já filiado ao PSDB, a governador representando o grupo. Portanto, para o DEM integrar o bloco, Cesar teria que desistir de ser candidato. Não, eu não sei como Otavio vai dizer isso a Rodrigo. Mas já sei o que Cesar acha. “O DEM terá candidato a governador não importa o nome”, me disse o vereador ontem.

Em 2004%2C a dupla foi eleita para governar o Rio. Otavio%3A ‘Caneta sem tinta’Reprodução

Que coisa

Aliás, Otavio vai se encontrar esta semana com Aécio Neves (PSDB), pré-candidato à Presidência, para decidir os próximos passos do partido no Rio. Na pauta: como o PSDB vai se organizar para cuidar do palanque de Aécio no estado. Otavio diz que Aécio está “cada vez mais animado” com o nome de Bernardinho, mas lembra que seria bacana que o fofo decidisse até o fim do ano se quer mesmo ser candidato. Dono de uma carreira brilhante como desportista, Bernardinho ainda não sabe se vale a pena se meter em jogo onde não comanda a equipe. Só que começa a demorar demais a decidir. Como diria Djavan, “mais fácil aprender japonês em braile...”

Na boa

Minhas fontes queridas são uma gente que mora no meu coração. Mas o povo do PT bem que podia parar de chamar o senador Lindbergh Farias de “governador”, né? Uma hora isso vai dar confusão, vai por mim. Outro dia, eu quase anotei que Sérgio Cabral estava pensando em fazer aliança com o PSB de Eduardo Campos no Rio. Mas, como Deus é brasileiro e colunista, resolvi perguntar, astuta, um segundo depois: “Peraí, de que ‘governador’ estamos falando?” “Do nosso candidato, ué”, me respondeu docemente um petista da gema. Vocês querem me enlouquecer?

Papo reto

E para quem acha que Romário está de graça quando fala que é possível ser candidato a governador, tenho a dizer que o cara já tem até nomes na manga se precisar montar um secretariado. O ex-ministro José Gomes Temporão ele acha que seria um bom secretário de Saúde. Seu fiel escudeiro, Marcius Ney, o popular ‘Batata’, ficaria com a pasta de Esportes. De quebra, Romário ainda colocaria dois ex-sogros no primeiro escalão. “Condicionado a eles nunca entrarem no assunto família”, diz o deputado, que tem três ex-mulheres. Ah, sim, o titular da Segurança ele também já tem na manga, mas não conta nem amarrado. Pelo menos não para mim, diga-se.

Você pode gostar