São Paulo - Em meio às discussões sobre rompimento entre PT e PSB nos governos em que os dois partidos administram juntos, o técnico agrícola Fábio Vaz, marido da ex-senadora Marina Silva, recém filiada ao PSB, se recusa a deixar o cargo de secretário adjunto de Desenvolvimento Florestal, da Indústria, do Comércio e dos Serviços Sustentáveis no governo do petista Tião Viana, no Acre.
“Vou pedir demissão não. Pelo menos este ano”, respondeu Vaz ao apelo do militante petista Tácio de Brito Jr., irmão do presidente estadual do PT acreano, Leonardo Brito.
Tácio, conhecido como Papito, cobrou no Facebook que o marido de Marina, crítico do PT em nível nacional, entregasse o cargo no governo petista. “Com todas essas críticas ao PT quer dizer que você vai pedir demissão do empregão no governo Tião Viana?”, questionou Papito.
Além de negar que vá pedir demissão, Fábio Vaz fez novas críticas ao PT. “Apoio e trabalho pro Tião Viana com muito orgulho. Ainda bem quem manda no governo é ele e não o PT. Quem diria eu estar sendo convidado para sair por você. E você acha que o governo é de um partido só? O Projeto é maior que qualquer partido. Mas entendo sua situação. Fique tranquilo eu vejo o PT do Acre diferente do Nacional. Aqui ainda corre (sic) sonhos”, respondeu o secretário adjunto.
No Facebook, Vaz recebeu apoio importante do chefe de gabinete do senador Jorge Viana, Cacá Araújo, que defendeu a permanência do marido de Marina no cargo.
Fábio Vaz tem atividade política intensa há vários anos e ocupou cargos importantes nas administrações petistas no Acre, como a Secretaria de Governo. Na gestão Viana, é o principal responsável pela agência estadual que cuida da venda dos créditos por emissão de carbono no Acre. Ele deixou o PT junto com Marina, em 2009 mas, ao contrário da mulher, não se filiou a outros partidos.
Ele foi procurado por telefone e email mas não respondeu aos contatos. Na secretaria, uma funcionária informou que Vaz estaria em Brasília.
Assessores de Marina consideram que a permanência de seu marido em um governo petista no momento em que a ex-senadora faz duras críticas ao partido não é contraditória já que ambos tem carreiras políticas sólidas e independentes.
Reportagem de Ricardo Galhardo