Brasília - O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva declarou ontem que a presidenta Dilma Rousseff “não precisa sair fazendo campanha”, “ela sabe que a melhor campanha dela é continuar governando o Brasil”. Mas a festa dos 10 anos do Bolsa Família, em Brasília, foi, praticamente, uma atividade de corpo-a-corpo, comandada pelo próprio Lula.
A Dilma coube o discurso de praxe, exaltando o antecessor, que implantou o programa, e defendendo o Bolsa Família:“Não é esmola, não é caridade. O Bolsa Família é tecnologia social de distribuição de renda.”
A Lula, em entrevista, coube a missão de distribuir farpas, atacando a ex-senadora Marina Silva (PSB) e, por tabela, o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso (PSDB) — os dois partidos terão candidatos à Presidência em 2014.
“A Marina precisa compreender que ela entrou comigo em 2003 e ela sabe que o Brasil tem hoje mais estabilidade do que quando entramos. Herdamos do FHC um país muito inseguro, não tinha estabilidade. Ela (Marina) deve se esquecer que em 1998 a política cambial fez esse país quebrar três vezes. Eu penso que Marina precisa não aceitar com facilidade algumas lições que estão lhe dando”, afirmou Lula.
Enquanto isso, o PSDB protocolou no Senado projeto que, segundo o senador Aécio Neves, impede o Bolsa Família de “ser um programa de governo, com tom eleitoreiro”. Se a proposta for aprovada, o programa será incorporado à Lei Orgânica da Assistência Social e não poderá ser extinto se Dilma for derrotada. Aécio diz que o Bolsa Família foi a soma de políticas criadas por FHC.