Por joyce.caetano

São Paulo - Há pelo menos três anos as cerimônias de sepultamento do Cemitério Municipal Colônia Paraíso, em São José dos Campos (SP), ganharam nova rotina: a companhia de um vira-lata que, disciplinado e pomposo, guia os enterros impondo a eles seu próprio ritmo.

Cão Marujo, o mascote do cemitério de São José dos Campos (SP)iG

Para Edson Diniz Machado, de 42, administrador do cemitério, o local deveria se chamar “Paraíso do Marujo”, como o cachorro - que dita as regras por lá - foi batizado. "Uma vez tentaram ‘acelerar’ os sepultamentos porque tinha uma fila. Mas o Marujo não aceitou e empacou no meio do caminho. Acho que ele pedia mais respeito, e seguimos a velocidade que ele ditava”. Muito magro, o cão foi abandonado na região do cemitério há três anos. Adotado pelos funcionários, é alimentado por meio de uma vaquinha organizada pelos coveiros.

Marujo a frente de um cortejo no Cemitério Municipal Colônia Paraíso, em São José dos CamposiG

Os métodos do animal durante as cerimônias surpreendem. Timidamente Marujo se aproxima do velório e espera a hora de agir. A deixa é a chegada do carro da funerária com a estrutura metálica que sustentará o caixão para o início do cortejo. Ao lado de familiares, o cão distribui “cheiradas” antes de assumir os trabalhos. “No começo muitos destratavam ele, achavam errado a presença de um cão durante o enterro, mas depois viram que ele respeita mais do que muita gente”, diz Machado. O animal também participa de exumações, quando ganha a função de matar baratas e escorpiões que vivem nas covas.

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