Rio - Uma festa com clima de romance não apenas entre noivos. Quem esteve no casamento do xerife do PMDB no estado, Jorge Picciani, 59 anos, com a jornalista Hortência Oliveira, 26, no Itanhangá, sábado à noite, garantiu: as relações do partido no Rio com o PSDB estão mais afinadas do que nunca. O ponto alto foram as conversas animadas, ao pé do ouvido, entre o pré-candidato tucano à Presidência, senador Aécio Neves, e o ex-governador do estado Sérgio Cabral (PMDB). O ‘trelelê’ entrou madrugada adentro e deixou de fora o governador Luiz Fernando Pezão (PMDB).
Não se sabe se por causa do cansaço ou para preservar os laços com a presidenta candidata à reeleição Dilma Rousseff — a quem promete apoiar na campanha eleitoral —, Pezão preferiu passar boa parte do tempo sentado com a mulher na ‘ala’ de mesas — quadradas — destinadas às autoridades, que iam de vereadores a presidentes de tribunais, passando por deputados federais, secretários e prefeitos.
Pezão e a maioria dos políticos não quiseram falar com a imprensa, que ficou no meio da rua. Aécio chegou no meio da celebração e não entrou pela recepção dos convidados. Usou a mesma entrada da noiva, que dava acesso direto ao salão principal. Um presságio do que seria aquela noite.
Tucano esvoaçante
O que os convidados contam é que a quantidade de pessoas que o tucano beijou, abraçou, chamou pelo nome e tirou foto o colocava quase como anfitrião. Mas ele não era o único presidenciável lá. O pré-candidato do PSC, pastor Everaldo Pereira, também foi, mas se manteve praticamente anônimo.
Picciani não economizou para agradar à nova esposa, com que já morava há um ano. O namoro engatou em 2012, quando o presidente estadual do PMDB já tinha desfeito o casamento de 30 anos. A cerimônia religiosa presidida pelo pastor da Assembleia de Deus Ministério de Madureira, Manoel Ferreira, e o filho dele, foi iniciada ao som de ‘Eu sei que vou te amar’. O repertório de músicas românticas foi extenso e cantado pelos Meninos de Petrópolis. Os padrinhos eram os filhos de Picciani e os pajens, os netos.
No fim, após uma declaração de amor eterno a Hortência, um helicóptero sobrevoou a casa de festas e jogou papel prateado picado. O casal optou por não viajar no momento. A festa foi animada pelos DJs Bruno de Vicq e Bruno Desouzart e por uma banda que tocou de samba até funk.
Quase um ato partidário
Jorge Picciani conseguiu reunir no seu enlace tantos políticos que a festa parecia quase uma convenção partidária. Entre os convidados estavam o prefeito do Rio, Eduardo Paes; o líder do PDMB na Câmara do Deputados, Eduardo Cunha; o senador Francisco Dornelles (PP); e os presidente da Alerj e da Câmara de Vereadores, Paulo Melo (PMDB) e Jorge Felippe (PMDB), respectivamente; além de prefeitos aliados e secretários do governos Pezão e Paes.
A fila de carros que se formou no Itanhangá, onde fica a casa de festas, era tão longa que provocou um ‘acidente’. Um senhor caiu ao passar entre dois veículos de convidados.