Por bferreira

Rio - Dez dias após a Executiva do Rio de Janeiro do Psol rejeitar a filiação do pastor da Assembleia de Deus Jeferson Barros, o Diretório Nacional não só o abraçou como deu-lhe a legenda para concorrer à Câmara Federal.

Contra a medida, o deputado Chico Alencar promete encaminhar ainda hoje à direção do partido carta na qual considera a decisão “um desrespeito” à posição do Rio. O deputado estadual Marcelo Freixo e o federal Jean Wyllys subscrevem os argumentos do parlamentar. “Fazemos campanha coletiva. Então, como diremos aos nossos eleitores para votar em qualquer candidato da legenda, se ele não está de acordo com os valores do Psol”, reclama Chico.

Outro documento, com 150 páginas, com fotos e assinado por 700 filiados, acusa Jeferson Barros de homofobia, de ser ligado ao pastor Silas Malafaia e de querer fazer do partido “trampolim para a formação de outro”, anunciado no ano passado pelo deputado Domingos Brazão, do PMDB.

“Não consigo entender a Executiva Nacional. Se houve debate na Estadual — inclusive com a participação dele — e 86% decidiram por não recebê-lo, por que desprestigiar o Rio dessa maneira?”, diz Chico Alencar.

Ele lembra que Barros já foi filiado ao PRB — ligado à Universal do Reino de Deus — e ao PSD, de Gilberto Kassab e Índio da Costa. “O problema, quero deixar claro, não é o fato de ele ser pastor, pois temos dois filiados ao partido. A questão é ele ser fundamentalista”, resume.

Para o presidente nacional do Psol, Luiz Araújo, as provas apresentadas contra Barros eram fracas. “Nada se provou. Acusam-no de muita coisa sem comprovação alguma”, afirma.

Além disso, nega desrespeito ao Rio. “Nada disso. É a hierarquia: a Nacional decide, a Estadual acata”, alega. O pastor não foi encontrado pela reportagem.

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