Por julia.sorella

Brasília - Cerca de 30 manifestantes se reuniram nesta quinta-feira na Rodoviária do Plano Piloto, na região central de Brasília, para protestar contra a Copa do Mundo e pedir mais direitos às mulheres e à população de lésbicas, gays, bissexuais, transexuais e transgêneros (LGBT). A manifestação foi organizada pelo movimento "Copa pra Quem?".

No último protesto organizado pelo mesmo movimento – articulado principalmente pelas redes sociais –, aproximadamente 100 pessoas compareceram, de acordo com a Polícia Militar (PM) do Distrito Federal. Nesta quinta-feira, no local, os manifestantes entoaram gritos de protesto como “Esta Copa pra quem é? Não é pra mulher, não é pra mulher”, “A nossa luta é por respeito. Mulher não é só bunda e peito” e “Copa do Mundo eu abro mão. Quero meu direito de viado e sapatão”.

Entre as ideias defendidas pelo grupo, estão a negação do tratamento do corpo feminino como objeto, a falta de apoio a times de futebol feminino, a discriminação de LGBTs no futebol, o racismo ocorrido nas partidas de futebol, a exploração sexual de crianças e mulheres e a elitização nos estádios .

Manifestação foi organizada pelo movimento 'Copa pra quem%3F'Agência Brasil

“Sair às ruas contra o machismo, a homofobia, o racismo, o fundamentalismo, entre outras formas de opressão, é lutar por um país que respeite seus cidadãos e suas cidadãs, valorize as diferenças e não seja cúmplice das violências cotidianas, que são reforçadas no cenário de Copa do Mundo”, segundo publicação na página do evento no Facebook, um dos principais meios de divulgação dos protestos.

Na página da rede social, há mais de 3,7 mil convidados e cerca de 370 presenças confirmadas. No protesto de hoje, os manifestantes vão permanecer na rodoviária e não sairão em passeata. Está prevista para a tarde uma partida de futebol feminino na parte inferior do terminal.

Para uma das organizadoras do evento e membro do Comitê Popular da Copa do DF Vanessa Dourado, a pauta de revindicações da manifestação de hoje é importante por tratar da invisibilidade das mulheres e de LGBTs. “Nesta Copa, vemos vários melhores do mundo, mas nenhuma mulher. É um megaevento em que só há homens”, disse Vanessa.

No local, 180 policias militares fazem a segurança das pessoas na manifestação e dos torcedores que vão à partida entre Portugal e Gana no Estádio Nacional Mané Garrincha, próximo à rodoviária.

De acordo com o major da PM Eduardo Condi, havia de 20 a 30 pessoas no protesto. Ele é um dos responsáveis pelo efetivo na rodoviária e disse que o reduzido público já era esperado pela polícia – dado o baixo comparecimento nos protestos anteriores, no mesmo lugar. Segundo ele, caso seja necessário, mais policiais que estão nos arredores da rodoviária podem ser deslocados. O movimento preferiu não divulgar o número de participantes durante a manhã.

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