Por bferreira

Rio - Enquanto as especulações sobre quem será o o novo candidato a presidente pela chapa de Eduardo Campos se afunilam em torno do nome de Marina Silva, para vice, são apontadas muitas opções. Fontes políticas ouvidas pelo DIA deram cinco palpites de quem poderia ser indicado ao cargo: o presidente do PSB, Roberto Amaral; o coordenador de programa de governo de Eduardo Campos, Maurício Rands; o deputado federal Júlio Delgado (PSB-MG); a deputada federal Luiza Erundina (PSB-SP); e até a viúva de Campos, Renata.

Marina é cotada para suceder CamposMurillo Constantino / Agência O Dia

Amaral, que anunciou ontem que cabe a ele abrir o processo para a nova candidatura do partido, já teve embates e discussões públicas com Marina Silva sobre energia nuclear. Já Rands, que é ex-deputado federal e ex-petista, igual a Marina, afirmou que, no momento, não quer pensar nisso. “É tempo de lamber feridas e tentar curar a nossa dor. Não fui a nenhuma reunião e não falaria de política agora. Quero primeiro esperar passar o enterro e as devidas homenagens a Eduardo”, disse.

O deputado Júlio Delgado afirmou que a indicação de seu nome como candidato a vice é especulação pura. “Não houve especulação. São nomes que surgem naturalmente”, disse. Porém, declarou que é uma honra ser lembrado “para poder representar o legado”. A deputada Erundina, que é amiga pessoal de Marina, não quis se pronunciar sobre a hipótese de seu nome ser incluído na nova chapa. “Houve uma determinação do partido e só vamos tratar disso depois do enterro de Campos”, disse, por meio de sua assessoria de imprensa.

Dilma e Aécio: reforço no Rio

A provável entrada de Marina Silva na corrida presidencial obrigará a petista Dilma Rousseff e o tucano Aécio Neves a reforçarem suas campanhas no Rio. A avaliação é que, ao contrário de Eduardo Campos, Marina tem um eleitorado cativo na região Sudeste, em especial no Rio e em Belo Horizonte, onde teve um bom desempenho nas eleições de 2010.

O comando da campanha da presidenta estuda reforçar sua presença no Rio ao lado do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, apontado como principal cabo eleitoral.

No Rio, Marina obteve 31% dos votos válidos nas eleições passadas, ficando atrás de Dilma e na frente de José Serra. Em Belo Horizonte, a então candidata do PV teve 39% dos votos válidos, ultrapassando a petista e o tucano.

“Para onde vão esses eleitores?”, observa Adilson Pires, coordenador da campanha de Dilma Rousseff no estado fluminense. Para os petistas, os votos para Marina vão vir de Aécio Neves e o perigo estaria num segundo turno.

A interpretação é a mesma da dos cientistas políticos ouvidos pelo DIA. Segundo eles, Aécio é quem será o maior prejudicado, caso a ex-senadora entre mesmo na disputa.

“Ela tem um capital eleitoral muito grande e, agora, com mais tempo de TV poderá causar estrago às pretensões de Aécio”, avaliou Maria do Socorro Braga, da USP. Da UERJ, o analista Geraldo Tadeu concorda. “Nas pesquisas do Datafolha de fevereiro, Dilma perdia cerca de 10% para Marina, enquanto Aécio perdia 20% de seus eleitores. Ela joga Aécio para o terceiro lugar”, disse. Paulo Baía, da UFRJ, concorda e vai além: “Dilma que se cuide no segundo turno.”

Você pode gostar