Por leonardo.rocha

Rio - O ex-médico Roger Abdelmassih, 70 anos, foi preso no início da tarde desta terça-feira, na cidade de Assunção, no Paraguai. Abdelmassih foi condenado a 278 anos de prisão e teve o registro cassado pelo Conselho Regional de Medicina de São Paulo por 52 estupros e 39 tentativas de abuso a outras mulheres.

Segundo a Polícia Federal (PF), ele voltará ao Brasil por Foz do Iguaçu, no Oeste do Paraná, após cumprir o procedimento de deportação sumária. O ex-médico era um dos homens mais procurados no estado de São Paulo, para onde, posteriormente, será transferido.

Ex-médico condenado por estuprar pacientes é preso no ParaguaiDivulgação

Abdelmassih estava morando em Assunção, capital do Paraguai, com a mulher Larissa e as duas crianças. A Secretaria de Estado da Segurança Pública de São Paulo havia instituído uma recompensa de R$ 10 mil por informações sobre o paradeiro do criminoso.

A clínica de Abdelmassih era a mais conceituada em reprodução assistida do país. O médico foi o responsável pela inseminação artificial de filhos de famosos como Pelé, Tom Cavalcante, Gugu Liberato e Carlos Alberto de Nóbrega.

O Caso

O ex-médico é suspeito de atacar pacientes depois de sedá-las. Cerca de 20 mil mulheres teriam passado pela clínica de Abdelmassih. Conhecido como o médico das estrelas, ele era especialista em reprodução assistida. O faturamento estimado de sua clínica, na época em que foi denunciado, era de aproximadamente R$ 2 milhões por mês.

Roger Abdelmassih chegou a ser preso em 2009, mas foi liberado às vésperas do Natal, por conta de um habeas corpus concedido pelo então presidente do STF (Supremo Tribunal Federal) Gilmar Mendes.

As vítimas de Abdelmassih relataram à Justiça agressões sofridas na sala de consulta e de recuperação da clínica, especialmente após a coleta de óvulos, procedimento inicial para a reprodução assistida. Em muitos casos, as mulheres estavam saindo da sedação quando se viam envoltas pelo médico, que as beijava a boca, o pescoço e os seios, avançando, em mais de 50 casos, para relações sexuais forçadas.

Dois anos depois, em 2011, quando tentou renovar o passaporte, um novo pedido de prisão foi decretado. Mas o médico nunca mais foi achado. Ele entrou para a lista dos procurados da Interpol.

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