Por bferreira

Rio Grande do Sul - Um vídeo divulgado ontem pelo portal de notícias G1 mostra o médico Leandro Boldrini e a mulher, a enfermeira Graciele Ugulini, ameaçando de morte e dando um remédio a Bernardo Boldrini, de 11 anos. O garoto, que era filho do médico, foi morto pela madrasta em 4 de abril com injeção letal.

Na gravação, feita com o celular de Boldrini, é possível perceber o desespero de Bernardo por ter sido agredido. O vídeo começa com a sombra do médico num quarto da casa onde morava em Três Passos, no Rio Grande do Sul. Ele liga a câmera e passa a Graciele, enquanto o menino grita por socorro de um outro cômodo. Em seguida, Graciele pega o celular e o ajeita na cama do casal

O menino chega a pedir o celular para denunciar, mas Boldrini se recusa e diz ao filho: “aqui quem manda sou eu”. Em seguida, começa uma discussão entre o menino e a madrasta que, em vários trechos, faz ameaças a Bernardo, ofende a mãe dele, Odilaine, que se matou em 2010, e chega a dizer ao enteado que ele terá o mesmo destino de sua mãe.

A discussão se acirra quando a mulher chama a mãe de Bernardo de vagabunda e diz que que ela andava “com tudo o que é homem”. Desesperado, o menino diz que quer que os dois, pai e madrasta, morram, e chega a dizer que vai rezar para que isso aconteça.

Revoltado, Bernardo grita várias vezes que a mãe não era vagabunda. Então, Graciele diz para ele perguntar às pessoas da cidade o que ela fazia. E Leandro Boldrini afirma: “Eu sei que tua mãe é o máximo para ti, Bernardo, mas simplesmente ela te abandonou”.

Mais à frente, o menino, dirigindo-se a Graciele, afirma: “Tomara que tu morra”. E ela responde, friamente, que ele irá primeiro. E, logo em seguida, afirma: “Igual a tua mãe. Teu fim vai ser igual ao da tua mãe”.

O menino faz referência de estar vendo na rua um carro da polícia, e Leandro comenta; “Faço tudo para dar certo, e a polícia vem na minha casa sábado à noite”.

No fim da gravação, ouve-se a voz do médico perguntando a Graciele sobre um remédio, e ela diz para dar 60 gotas ao garoto. Desesperado, o menino diz que vai se matar. Diante disso, a madrasta diz ao marido: “Dá uma faca, Leandro”.

Para advogado, Odilaine foi morta

O advogado Marlon Adriano Balbon Taborda, que defende a avó materna de Bernardo, Jussara Uglione, disse ontem que o vídeo, para ele, serve como uma confissão de que o casal assassinou a Odilaine. “Eles deixaram escapar isso. Se o Bernardo foi vítima de homicídio, só não enxerga quem não quer”, afirmou o advogado, que vai usar a gravação para tentar reabrir o caso.

Emocionada após assistir ao vídeo, Jussara Uglione disse também estar convencida que, ao contrário do que concluiu a polícia, sua filha não se matou, mas foi assassinada por Leandro Boldrini e Graciele Ugulini. “É revelador, esclarecedor, terrível”, disse ela.

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