Brasília - A Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF) deflagrou, no início da manhã desta sexta-feira, uma operação para prender cinco pessoas suspeitas de participar de um esquema de desvio de recursos públicos. Parte do dinheiro saiu, segundo as investigações, das contas do Serviço Social do Transporte (Sest) e do Serviço Nacional de Aprendizagem do Transporte (Senat), administrados pela Confederação Nacional do Transporte (CNT). O prejuízo passa dos R$ 20 milhões. Até as 8h30, quatro pessoas haviam sido detidas.
Além de cinco mandados judiciais de prisão temporária, os policiais que participam da chamada Operação São Cristóvão cumprem, em Brasília (DF) e em Minas Gerais, 21 mandados de busca e apreensão e 24 de condução coercitiva — quando o suspeito é levado a uma delegacia para prestar depoimento e, liberado em seguida. Entre os suspeitos de participar do esquema estão ex-diretoras do Sest Senat e o ex-senador e ex-presidente da Confederação Nacional dos Transportes (CNT), Clésio Andrade (PMDB-MG), que também é réu no caso do mensalão tucano.
Um grupo de diretores da instituição é suspeito de envolvimento em um esquema de desvio de recursos da União, destinados ao Sest/Senat entre 2011 e 2012 para a realização de cursos profissionalizantes, relatou a corporação.
A operação é resultado de investigações da Delegacia de Repressão ao Crime Organizado (Deco) e do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), do Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (MPDFT), com a colaboração da Controladoria-Geral da União (CGU).
Policias informaram que os diretores dos cursos profissionalizantes receberam gratificações salariais milionárias nesse período. A entidade teria falsificado documentos para justificar os pagamentos à Controladoria-Geral da União (CGU). Além disso, o dinheiro teria sido utilizado ainda para firmar contratos suspeitos com empresas de parentes de pessoas da diretoria do Sest/Senat.
O Sest e o Senat são entidades civis sem fins lucrativos criadas em 1993 para valorizar os trabalhadores do setor de transporte. As instituições oferecem cursos e serviços médicos, odontológicos e recreativos com os recursos pagos obrigatoriamente por empresas de transporte rodoviário e de valores, locadoras de veículos e de distribuição de petróleo.
