Por tabata.uchoa

Brasília - A presidenta Dilma Rousseff negou o sucateamento do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e garantiu que o erro nos dados da Pesquisa Nacional sobre Amostra de Domicílios (Pnad) será apurado.

“Até agora, não vi nenhum problema de gestão. Eles têm um problema, sim, de querer fazer simultaneamente várias pesquisas. Tem hora que querem fazer de um jeito, tem hora que querem fazer de outro. Agora, o governo não escolheu a data de divulgação, nós ficamos sabendo junto com vocês, na mesma hora”, afirmou a presidenta em coletiva de imprensa ontem, no Palácio da Alvorada.

A presidenta contou que foram criadas duas comissões para apurar os erros na divulgação dos dados de pesquisa realizada pelo institutoAndré Mourão / Agência O Dia

Sobre a presidenta do órgão, Wasmália Bivar, que disse “não se sentir confortável” em continuar no cargo após o ocorrido, Dilma afirmou que se trata de uma questão pessoal e que não fará julgamentos antes do resultado das investigações.

Dilma contou que o número de funcionários do IBGE subiu 7% entre o governo do ex-presidente Lula e o dela, e frisou que o conselho diretor do instituto é formado por seus próprios funcionários, sem ingerência governamental.

“Acredito que o IBGE é um órgão respeitável, acho que erro ocorre sempre que tem ser humano envolvido. Acho que tem várias qualidades no IBGE. O Conselho é formado por servidores do IBGE, não tem interferência coisíssima nenhuma. Do ponto de vista do que esperávamos, era que não houvesse erros. Ficamos tão surpreendidos como todo mundo, até porque tínhamos uma avaliação de que estava tudo OK. É algo que nos surpreendeu tanto como surpreendeu todo mundo. Agora, temos a obrigação de investigar. O IBGE é um órgão independente de pesquisa e por isso é respeitado no mundo. Não podemos sair por aí atirando pedra, sem ver a responsabilidade de quem”, afirmou.

De acordo com a presidenta, foram criadas duas comissões para apurar a divulgação dos números errados. Uma, formada por especialistas independentes, investigará se o padrão técnico da pesquisa foi cumprido. A outra, de sindicância do próprio governo, vai apurar responsabilidades. Os resultados devem ser divulgados em 30 dias.

Desigualdade no país caiu

Na última sexta-feira, o IBGE admitiu ter cometido erros nos cálculos da Pnad (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios) 2013, divulgada na quinta-feira, dia 18. O engano gerou distorções de dados. Ao contrário de subir, como havia sido informado anteriormente, a desigualdade social no Brasil diminuiu entre 2012 e o ano passado.

O avanço, ainda que pequeno, da desigualdade, como apontavam os dados anteriores, foi extensivamente divulgado pela imprensa, já que a concentração de renda no país vinha caindo desde 2001. Se os dados originais estivessem certos, 2013 teria sido o primeiro ano em que a queda da desigualdade no país teria sido interrompida.

Segundo o IBGE, os erros ocorreram em sete estados: Ceará, Pernambuco, Bahia, Minas Gerais, São Paulo, Paraná e Rio Grande do Sul.

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