Por tamara.coimbra

Brasília - A Frente Parlamentar da Segurança Pública vai ouvir nesta terça-feira o presidente da Associação Nacional de Delegados da Polícia Federal (ADPF), Marcos Leôncio Ribeiro, que falará sobre as dificuldades que a PF vem enfrentando nas investigações da Operação Lava Jato. A iniciativa da audiência é do presidente da frente, deputado Fernando Francischini (SD-PR).

“Marcos Leôncio vai explicar as condições que o governo federal está dando para que a Polícia Federal analise toda a documentação já apreendida durante a operação. As informações iniciais que possuo são de que a infraestrutura de investigação é mínima, existe abandono, poucos agentes permanecendo no caso e um revezamento gigantesco. As informações são as piores possíveis”, disse o deputado.

Fernando Francischini, que é líder do Solidariedade, já apresentou requerimento à CPMI da Petrobras para que o presidente da ADPF fale aos integrantes da comissão sobre o mesmo assunto. O deputado acredita que o governo vai tentar impedir esse depoimento na CPMI antes do segundo turno das eleições e, por isso, marcou a reunião da frente parlamentar para antecipar o depoimento.

“O governo vem a público, no período eleitoral, dizendo que dá autonomia à Polícia Federal, mas, na prática, não faz isso. O presidente da ADPF é a pessoa mais indicada para falar se a estrutura da PF está sendo deficitária e se está havendo jogo nos bastidores para evitar que essa operação siga em frente”, destacou Francischini.

Deflagrada em 17 de março pela PF, a Operação Lava Jato desmontou um esquema de lavagem de dinheiro e evasão de divisas que movimentou cerca de R$ 10 bilhões. Entre os presos na operação estão o doleiro Alberto Youssef e o ex-diretor de Abastecimento da Petrobras Paulo Roberto Costa. Ambos estão sendo investigados pela CPMI da Petrobras.

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