Por paulo.lima
Imperatriz, MA - O juíz Marcelo Testa Baldochi, da comarca de Senador La Rocque, no sul do Maranhão, deu voz de prisão a três funcionários da TAM, neste sábado, no aeroporto da cidade de Imperatriz, localizada no sudoeste do Maranhão. O juíz foi barrado por funcionários da companhia pois chegou atrasado no embarque de seu voo para São Paulo.
Segundo informações de um prestador de serviço do aeroporto, o juíz foi informado que não poderia entrar no seu voo pois o embarque já havia sido encerrado e o processo de decolagem estava em andamento, o que provocou a ira do magistrado.
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"Ele ligou para a polícia para que viessem prender o funcionário. Ele ficou gritando no aeroporto, deu show de arrogância, de grosseria. E olha que os funcionários foram educados, não fizeram nada com ele, apenas informaram que não poderia viajar porque a aeronave já havia sido fechada", declarou o funcionário.
A testemunha também informou que outros dois funcionários tentaram ajudar os colegas, explicando para o juíz que este era o procedimento padrão e que as normas de aviação não permitiam o embarque, mas também receberam voz de prisão.
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O magistrado acusou os funcionários da companhia de crime contra o consumidor. Estes foram encaminhados para a Delegacia Regional de Imperatriz, onde prestaram depoimentos e foram liberados logo em seguida.
O juíz, por sua vez, conseguiu embarcar em outro voo no mesmo dia pela companhia aérea Gol. Segundo a polícia local, Marcelo Baldochi ainda não foi a delegacia para prestar depoimento, mas deve ser intimado nos próximos dias.
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Em nota, a TAM informou que está colaborando e prestando esclarecimento às autoridades sobre o caso. A empresa também declarou que segue "todos os procedimentos de embarque regidos pela Legislação do setor".
No ano de 2007, o juíz Marcelo Testa Baldochi foi incluído na 'lista suja' do Ministério do Trabalho por manter 25 funcionários em situações semelhantes a escravidão. O ministério localizou os funcionários em situações degradantes em uma das terras do magistrado.
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Na época, o juíz declarou que houve "abuso" por parte da fiscalização e que "nunca houve" trabalho semelhante à escravidão em sua propriedade. No ano seguinte, o nome de Marcelo foi retirado da lista na versão atualizada do cadastro, em 2008.
Em 2011, uma nova denuncia foi feita contra o juíz, após ele manter trabalhadores rruais em condições próximas à escravidão em sua fazenda na cidade de Bom Jardim, localizada a 275 km da capital São Luís. Marcelo foi condenado e teve que pagar indenização a seus funcionários.