Por felipe.martins, felipe.martins
Goiás - A Polícia Civil de Goiás suspeita que a batida que no sábado matou Marco Aurélio Almeida Santos, de 42 anos, e seus quatro filhos — Tainá Alves dos Santos, 5 anos,Marcos Eduardo Alves dos Santos, 4, Luciano, 3, e João Pedro, 2 — na BR-070, em Cocalzinho de Goiás, foi proposital. Pouco antes de bater de frente com seu Renault Clio numa carreta, ao pegar as crianças na casa da família da ex-mulher, Samara Alves da Silva, 24, ele deixou um bilhete em que diz que aquele dia seria o último em que ela veria e os filhos.
Noutro trecho, Santos escreveu: “pode ficar com a casa em Vicente Pires e retornar a sua vida, mas com meus filhos você não viverá essa pouca vergonha”.
O choque foi tão violento que o carro foi destruído. O caminhoneiro teve ferimentos leves.Divulgação / PRF

O pai havia pegado os filhos, em Brazilândia, no Distrito Federal, depois de mais de 40 dias proibido pela Justiça de se aproximar por causa de denúncias de agressão feitas pela ex-mulher. Segundo uma parente dela que não se identificou, Samara registrou duas queixas contra o ex-marido com base na Lei Maria da Penha.

A mulher, em depoimento na delegacia, contou que que não leu a carta imediatamente depois que ela foi entregue. Segundo Samara, quando começou a ler o bilhete, o ex-marido já tinha saído com as crianças. Logo depois, soube do acidente.

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Para o delegado Renato Sampaio, o bilhete, no qual Santos, em tom de despedida, diz ainda que ele e os filhos estariam “buscando um lugar de paz” e o fato de ele ter saído de sua pista em alta velocidade e, na contramão, atingido a carreta, são indícios de que o acidente foi planejado.
O choque foi tão violento que o carro foi destruído. O caminhoneiro teve ferimentos leves. Na delegacia de Águas Lindas, o caso foi registrado como quatro homicídios e suicídio. Ontem, no enterro de Santos e dos quatro filhos, em Brazilândia, a mãe dele, Eduarda Almeida, 64, afirmou que o filho passava por crise de depressão e “estava desequilibrado desde que se separou da ex-mulher.
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Durante o enterro, parentes de Samara e de Santos discutiram, e policiais militares que acompanhavam o sepultamento intervieram para evitar brigas.