Por felipe.martins, felipe.martins
São Paulo -  A prefeita Márcia Rosa (PT), de Cubatão, na Região Metropolitana da Baixada Santista, em São Paulo, alertou nesta quarta-feira para o risco de ocorrer chuva ácida como consequência do vazamento, na manhã de sexta-feira, de dióxido de enxofre da Anglo American Fosfatos Brasil. Ela usou sua página no Twitter para explicar que o gás, em contato com a água, vira ácido sulfúrico. “E pode se transformar em chuva ácida”, escreveu a prefeita.
A governante alega que sua preocupação aumentou porque recebeu informações que em bairros próximos ao polo industrial, onde está a empresa responsável pelo vazamento, folhas estão secando e caindo das árvores. “No Jardim Costa e Silva, as folhas estão desidratadas e caindo como se a gente estivesse no outono”, disse.
Márcia usou o Twitter para anunciar que há risco de chuva ácidaDivulgação

O vazamento foi consequência do rompimento de uma tubulação da Anglo que liga um forno à caldeira onde é produzido ácido sulfúrico. Na hora, vários empregados da empresa e de outras instaladas no polo, além de moradores de ruas vizinhas passaram mal com ardência nos olhos, dores de cabeça e náuseas. Oitenta e duas pessoas foram atendidas em hospitais da cidade.

Na terça-feira, a Companhia de Tecnologia de Saneamento Ambiental (Cetesb) anunciou que a Anglo fora multada em R$ 212 mil por causa do acidente. A Cetesb constatou que o gás escapou pela chaminé da fábrica, atingiu três empresas vizinhas e entrou em contato com a atmosfera. E determinou que a empresa adote medidas técnicas para evitar a emissão de dióxido de enxofre para a atmosfera em quantidades que possam causar perigo à população.

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O risco de chuva ácida é confirmado pelo biólogo Murillo Consoli Mecchi. Ele disse que, caso o dióxido de enxofre entre em contato com a água —, se chover, por exemplo —, passará à condição de ácido sulfúrico, que é altamente corrosivo.
Ele alertou que, mesmo se não se transforma em chuva ácida, o dióxido de enxofre na atmosfera pode causar danos à natureza. Segundo ele, o gás oferece riscos principalmente à flora. No caso de Cubatão, ele disse considerar pouco provável a ocorrência de chuva ácida de grande impacto para a população. Para isso, explicou, seria necessário vazamento por período mais longo, de dias. Ele acredita que, se chover, o problema será limitado a alguns bairros.
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