Por felipe.martins, felipe.martins
São Paulo - Dos 2.891 recém-formados que fizeram o exame do Conselho Regional de Medicina do Estado de São Paulo (Cremesp), 55% do total (1.589 estudantes) foram reprovados. Ou seja, mais da metade dos novos médicos reprovou no ‘provão’, que é obrigatório para quem deseja atuar em território paulista.
Apenas 45% dos recém-formados acertaram mais de 60% do conteúdo da prova — critério mínimo definido pelo Cremesp. Entre as escolas médicas públicas, o índice de reprovação foi de 33%. Entre as particulares, a taxa foi quase o dobro, de 65,1%. Do total de inscritos, 468 fizeram cursos de medicina em outros estados brasileiros. O mau desempenho nessa prova não impede, no entanto, o registro no Conselho Regional de Medicina (CRM).
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O percentual de reprovados no exame é bastante semelhante aos dois anos anteriores, quando o exame se tornou obrigatório. Em 2014, 59,2% não acertaram o mínimo exigido (60% das questões) e foram reprovados. Em 2013, o índice foi de 54,2% de reprovados.
Para Luna Filho (E)%2C o resultado mostra má qualidade das escolasReprodução

A prova foi composta por 120 questões de múltipla escolha, com cinco alternativas de respostas, e abrangeu as principais áreas da medicina, como clínica médica, pediatria, ginecologia e cirurgia médica. As médias mais baixas foram obtidas em clínica médica (52%).

Segundo o Cremesp, os recém-formados erraram questões básicas sobre atendimento inicial de vítima de acidente automobilístico, atentado de vítima de ferimento por arma branca, pneumonia, pancreatite aguda e pedra na vesícula.
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“Esse resultado demonstra a má qualidade do ensino médico no País”, disse o presidente do Cremesp, Bráulio Luna Filho.“Toda vez que um indivíduo despreparado entra para atender no sistema de saúde, propicia o mau uso dos recursos, tais como exames etc, além de representar um risco para os pacientes assistidos”, completou Luna Filho.
“A decisão de impedir que indivíduos formados inadequadamente exerçam a medicina, colocando o cidadão em risco, cabe à sociedade brasileira, com a criação de leis que cerceiem essa prática”, observou o primeiro secretário do Conselho,Renato Azevedo. Ele alertou para o fato de mais da metade não alcançar a média mínima, o que evidencia problemas graves na formação médica.
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