Por paulo.gomes

Rio - A Polícia Federal (PF) realiza nesta quinta-feira a nova fase da Operação Lava Jato, que investiga desvios de recursos na Petrobras. Aproximadamente 200 agentes da PF e servidores da Receita Federal cumprem 62 mandados judiciais no Rio de Janeiro, São Paulo, Bahia e Santa Catarina. Na capital fluminense, são 12 mandados de busca, oito de condução coercitiva e um de prisão preventiva.

Em entrevista coletiva, a PF informou que os investigados trabalhavam próximos à diretoria de Serviços da Petrobras. Segundo o delegado do caso, todos os mandados expedidos desta nona fase foram cumpridos em 26 empresas, a maior parte delas de fachada. Até as 10h40, apenas dois mandados ainda não tinham sido cumpridos.

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Segundo a PF, uma das empresas é de Santa Catarina e tem contratos com a BR-Distribuidora. Porém, a empresa investigada é fabricante de tanques de combustíveis e não era de fachada, relatou o delegado. Em Santa Catarina, a polícia apreendeu grande quantidade de dinheiro e prendeu dois empresários acusados de fraudar contratos com a estatal por meio de notas fiscais falsas.

A PF informou que a nova fase foi originada a partir da colaboração de um dos investigados, documentos e contratos apreendidos em fases anteriores, além de informações prestadas por uma ex-funcionária de empresa que foi alvo da operação. A Operação foi batizada de "My Way" (meu jeito), em referência ao ex-diretor da área de Serviços Renato Duque. Segundo Pedro Barusco, ex-gerente da Petrobras e um dos delatores do esquema, Duque era conhecido dessa forma.

A operação é destinada a buscar provas contra 11 operadores do esquema de corrupção, que envolvem pagamentos de propina e lavagem de dinheiro na Petrobras. De acordo com a Policia Federal, há suspeitas de que 11 operadores atuaram na Diretoria de Serviços da estatal, durante a gestão do ex-diretor Renato Duque.

As provas foram obtidas por meio de acordos de colaboração com outros investigados. No entanto, ainda não há documentação para basear uma denúncia formal contra os acusados.

Entre os investigados levados para prestar depoimento está o tesoureiro do PT, João Vaccari Neto. Segundo a PF, ele foi conduzido para prestar depoimento e esclarecer denúncias de delatores de que atuava na cobrança de propina e de doações legais para o partido.

Segundo o Ministério Público Federal, órgão que coordena a força-tarefa da Lava Jato, os novos operadores descobertos não tinham poderes como doleiro Alberto Youssef, mas também autuavam com agentes públicos na Petrobras. "Os esquemas na Petrobras que estamos investigando não se limitam aos operadores que estão presos, como Youssef e Fernando Baiano", disse o procurador da República Carlos Fernando Lima.

Os envolvidos poderão responder, na medida de suas participações individuais, pelos crimes de fraude a licitação, corrupção ativa, lavagem de dinheiro e associação criminosa.

Com informações da Agência Brasil

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