Por felipe.martins

Rio - Três dias depois de a presidenta Dilma Rousseff ter dito que o esquema de corrupção na Petrobras deveria ter sido investigado nos anos 1990, na gestão tucana, o PT deu início nesta segunda-feira a uma ofensiva para tentar incluir o governo de Fernando Henrique Cardoso nas apurações da Operação Lava Jato, da Polícia Federal.

Ainda pela manhã, a bancada do PT anunciou que prepara um pedido para que a Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Câmara que vai investigar irregularidades na estatal também alcance o governo FHC. Mais tarde, o partido entrou com representações junto às corregedorias do Ministério Público Federal e da Polícia Federal questionando a linha de investigação da Operação Lava Jato.

Na avaliação dos petistas, as investigações se concentram no período posterior a 2010, quando Dilma Rousseff foi eleita, sendo que existem indícios de que o esquema de corrupção na Petrobras começou em 1995, no primeiro ano do governo FHC.

O PT quer retroceder as apurações do esquema de corrupção na Petrobras à gestão de Fernando HenriqueFabio Rodrigues Pozzebom/ABR

Nas representações, o PT questiona a linha adotada no interrogatório do ex-gerente de Serviços da estatal Pedro Barusco que, em delação premiada, acusou o partido de receber US$ 200 milhões em propinas. As representações são o primeiro passo de um processo por danos morais contra o ex-gerente da estatal. O partido quer saber, por exemplo, onde estariam os US$ 200 milhões supostamente destinados à legenda. O PT pede ainda explicitamente que sejam “apurados todos aspectos” da delação de Barusco que, em um dos depoimentos, confessou receber propinas desde 1997.

A CPI da Petrobras está prevista para começar a funcionar na quinta-feira e foi criada para analisar denúncias de corrupção na empresa de 2005 a 2015. Esse período leva em conta o início das negociações para a compra da refinaria de Pasadena, nos EUA. Para conseguir ampliar o objeto de apuração da comissão, o PT precisará aprovar o pedido no plenário da comissão.

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