Por clarissa.sardenberg

Rio - As empresas investigadas pela Operação Lava Jato no âmbito judicial, por acusações de corrupção na Petrobras, correm o risco de queda no rating da agência de classificação de risco Moody's, segundo alerta emitido nesta segunda-feira pela instituição.

“Para além das eventuais multas pecuniárias, a investigação ameaça prejudicar a reputação das empresas, enfraquecer a confiança dos investidores e reduzir seu acesso a financiamento das entidades públicas, dos mercados de capitais privados, dos bancos de desenvolvimento e das agências de financiamento multilateral”, argumenta a Moody's.

A classificação de risco, ou rating (no original em inglês), é a nota dada por agências especializadas em análise de crédito. Essas agências avaliam a capacidade e a disposição do emissor de um título em honrar, pontual e integralmente, os pagamentos de sua dívida.

O aviso surge na sequência da abertura, na semana passada, de uma investigação oficial por parte do Procuradoria-Geral da República, de mais dez empresas ligadas à Petrobras, entre as quais as duas maiores empresas construção e engenharia da América Latina, as construtoras Norberto Odebrecht e Andrade Gutierrez. No total, 18 empresas estão sendo investigadas no âmbito da Lava Jato

A investigação, que já tem um ano, apura negócios feitos entre empresários e funcionários da Petrobras, que influenciavam os preços e depois dividiam os lucros com os diretores da estatal. O esquema também incluía a distribuição de dinheiro a políticos.

A Moody's acrescenta que, caso as investigações mostrem que as acusações são verdadeiras, as punições" podem passar por uma suspensão de vários anos da possibilidade de participar de licitações no Brasil, o que causaria uma significativa contração de um setor que representa 25% a 30% do negócio” da Andrade Gutierrez.

No caso da Odebrecht Óleo e Gás, o panorama também é negativo, diz a Moody's, porque o fato de estar sob investigação impede a empresa de celebrar novos contratos com a Petrobras, que é “a maior fonte de rendimento para as empresas ligadas ao setor”, principalmente as que têm negócios de apoio logístico, incluindo navios petroleiros e de armazenamento.Em 2013, por exemplo, 82% de toda a frota da Odebrecht Óleo e Gás estava a serviço da Petrobras, o que mostra a dependência da empresa da estatal.

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