Por clarissa.sardenberg

Rio - O ex-diretor de Engenharia e Serviços da Petrobras Renato Duque começou o seu depoimento na Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Petrobras, na manhã desta quinta-feira. A advogada de Renato Duque pediu para falar com o ex-diretor antes da sessão começar e pediu que ele permanecesse em silêncio. Quando questionado sobre seu relacionamento com o ex-gerente de Serviços da estatal Pedro Barusco, Duque continuou em silêncio. 

“Não posso dizer que é um prazer estar aqui, mas uma obrigação e, por orientação da minha defesa técnica na condição de investigado, estou exercendo o meu direito constitucional ao silêncio, reservando-me a responder ao Judiciário todas as acusações que foram feitas contra mim”, declarou Duque. "Existe uma hora de falar e outra de calar. Ao meu ver, essa é a hora de calar", reiterou.

Renato Duque não respondeu perguntas de parlamentares na CPI da PetrobrasReprodução Tv Câmara

Duque foi preso nesta segunda-feira pela Polícia Federal, durante a deflagração da 10ª Fase da Operação Lava Jato, no Rio de Janeiro, em um condomínio na Barra da Tijuca, zona oeste da cidade, enquanto tomava café com a família. Na casa do ex-diretor da Petrobras foram apreendidas mais de cem obras de arte, além de relógios e canetas. Após a prisão, ele foi transferido para Curitiba.

Com a prisão, houve dúvidas a respeito do depoimento de Duque na comissão. Um ato da Mesa Diretora da Câmara, de 2006, proíbe depoimentos de presos nas dependências da Casa. Em razão disso, a CPI chegou a solicitar ao juiz Sérgio Moro que Renato Duque fosse ouvido nas dependências da Polícia Federal ou do Ministério Público Federal, em Brasília.

Moro chegou a acatar o pedido da CPI, marcando o depoimento de Duque para o auditório da Superintendência da Polícia Federal, em Brasília.

O presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), decidiu suspender o ato para permitir que o ex-diretor de Serviços da Petrobras preste depoimento na CPI, nas dependências da Casa. O avião da Polícia Federal que trouxe o ex-diretor de Serviços da Petrobras chegou a Brasília por volta das 9h40.

Nesta segunda, o Ministério Público Federal denunciou o ex-diretor Renato Duque e mais 26 pessoas por lavagem de dinheiro, corrupção e formação de quadrilha.

Ao decretar a prisão preventiva de Duque, o juiz Sérgio Moro, responsável pelas investigações da Operação Lava Jato na primeira instância, afirmou que, mesmo após a deflagração da operação, o ex-diretor continuou cometendo crime de lavagem de dinheiro, ocultando os valores oriundos de propina em contas secretas no exterior, por meio de empresas offshore.

Ainda não se sabe se Duque responderá as perguntas dos deputados. No despacho em que autorizou a ida dele à CPI, Moro também disse que Duque poderia garantir o seu direito de ficar em silêncio.

Com informações da Agência Brasil 

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