Por felipe.martins

Rio - No mesmo dia em que o PT, após reunião tensa, anunciou o ex-deputado federal por Sergipe Márcio Macedo como seu novo tesoureiro, o partido também anunciou que não receberá mais doações de empresas privadas. Segundo o presidente da legenda, Rui Falcão, a decisão ainda precisa ser aprovada no 5º Congresso Nacional, que será realizado em junho, na Bahia.

Para fechar o agitado dia petista, a cunhada do ex- tesoureiro João Vaccari Neto, preso em Curitiba por envolvimento no escândalo de corrupção investigado pela Operação Lava Jato, se entregou ontem à Polícia Federal.As investigações dão conta de que Marice e outras familiares de Vaccari — a mulher, Giselda, e a filha Nayara — foram usadas para ocultar valores ilícitos arrecadados pelo ex-tesoureiro do PT.

Marice%2C que era considerada foragida da Justiça%2C entregou-se à PFGazeta do Povo

Sobre o fim das doações de empresas privadas, de acordo com Rui Falcão, o partido ainda buscará novas formas para conseguir bancar suas campanhas no lugar das doações de empresas privadas. Entre essas formas, ele falou em ampliar as contribuições voluntárias individuais de filiados e simpatizantes do partido. Dados informados pelo PT indicam que, entre 2010 e 2013, 35% do total arrecadado foi doado por empresas investigadas na Lava Jato.

“Estamos dizendo que, naquilo que nós controlamos, que são os diretórios do PT, não mais receberemos doações. A maneira como isso vai se dar será decidida em nosso Congresso, em junho”, declarou Rui Falcão. Um projeto enviado à Secretaria de Finanças que deve ser lançado em maio pretende estimular a contribuição de pessoas físicas em valores que vão de R$ 15 a R$ 1 mil. O PT também fará busca por novos filiados para assegurar contribuições semestrais.

NOVO TESOUREIRO

Márcio Macedo assume como novo tesoureiro petista, no lugar de João Vaccari Neto, preso em Curitiba por envolvimento no escândalo de corrupção investigado pela Operação Lava Jato. De acordo com o Ministério Público Federal, parte do dinheiro desviado por Vaccari foi direcionado para o PT na forma de doações ilegais e não declaradas à Justiça eleitoral.

Macedo ocupará a função após dois caciques petistas terem recusado o posto: o vice-presidente Alberto Cantalice e o deputado federal por São Paulo José Américo.

Briga de egos na operação

Polícia Federal e Procradoria-Geral da República entraram em rota de colisão por conta da disputa pelo protagonismo nas investigações dos envolvidos na Operação Lava Jato. Divergências entre o Ministério Público e a PF se acentuam acerca dos rumos das investigações. O delegado federal Eduardo Mauat, um dos integrantes da força-tarefa cobrou explicações públicas do procurador-geral da República, Rodrigo Janot.

Ele rebateu as críticas sofridas por conta da suspensão dos depoimentos de políticos envolvidos no esquema de corrupção da Petrobras por entender que a PF estaria “atropelando as investigações”.

“Estamos acompanhando com curiosidade para saber qual explicação do Janot”, afirmou o delegado. Nesta semana, sete inquéritos foram suspensos graças a pedidos de Janot. Endossam o pedido do procurador as pressões feitas por assessores parlamentares junto à PF. O ministro da Justiça José Eduardo Cardozo pôs panos quentes. “São ajustes de atribuições”, disse.

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