Por tamara.coimbra

Brasília - O italiano Pasquale Scotti, de 56 anos, preso em Recife (PE) nesta terça-feira por ligação com a máfica de seu país, chegou por volta das 9h desta quarta em Brasília. Ele estava acompanhado por três agentes da Polícia Federal. Pasquale estava foragido desde 1986 quando foi condenado à prisão perpétua pela Justiça italiana. Ele é acusado de cometer 26 assassinatos. O italiano foi encaminhado para o Complexo Penitenciário da Papuda, em Brasília.

Italiano condenado por chefiar máfia é preso no RecifeDivulgação/Polícia Federal

De acordo com a Polícia Federal, o processo de extradição para a Itália já foi iniciado. Além disso, a PF informou que a defesa de Pasquale pode alegar que ele é casado e que tem dois filhos no Brasil para que o preso possa ficar no país.

Prisão

Pasquale é considerado o chefe de uma máfia italiana e teve sua prisão decretada pela justiça em 1991, após condenação pela prática dos crimes de porte ilegal de armas de fogos, resistência, extorsão e mais de vinte homicídios, crimes cometidos entre 1980 e 1983.

Após investigações, a polícia identificou que o foragido utilizava falsa identidade no Brasil, onde possuía, inclusive, cadastro de pessoa física e título de eleitor obtidos ilegalmente e se apresentava como Francisco de Castro Visconti, um empresário na cidade de Recife. A prisão foi determinada pelo Supremo Tribunal Federal em menos de 24h após o pedido formal da Interpol.

A identificação dele foi possível pela comparação de impressões digitais. O italiano foi preso quando levava seus filhos, dois meninos de 13 e 15 anos, à escola. Com a prisão, as autoridades italianas darão início ao processo de extradição dele para a Itália.

Em comunicado, o ministro do Interior da Itália, Angelino Alfano, comemorou a prisão do mafioso. "Trata-se de um golpe extraordinário graças à polícia italiana e à colaboração das forças de segurança brasileiras, que resultou na prisão de um fugitivo de mais de 30 anos. É um chefe histórico da 'Nuova Camorra Organizatta' (clã da máfia napolitana) e que está entre os mais procurados da lista dos mais perigosos. Reforçar os vínculos de colaboração na investigação entre países aumenta a possibilidade de vitória", finalizou.

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