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Por tamara.coimbra

Rio de Janeiro - As centrais sindicais realizam nesta sexta-feira um dia de ampla paralisação do setor produtivo, com a intenção de levar trabalhadores de todo o Brasil e de diversos setores a cruzar os braços em fábricas, escolas, no transporte público. Há protestos e paralisações em Alagoas, Amazonas, Bahia, Espírito Santo, Goiás, Maranhão, Minas Gerais, Paraíba, Pernambuco, Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul e São Paulo.

A ideia da manifestação, segundo as centrais participantes, é causar prejuízo ao patrão para chamar a atenção para o fato de o custo do ajuste fiscal estar sendo imposto à classe trabalhadora. A manifestação é contra o Projeto de Lei da Câmara 30/2015 (antigo 4.330/04) que regulamenta a terceirização no país, contra as MPs 664 e 665, em defesa dos direitos e da democracia.

A proposta libera a subcontratação nas atividades-fim de qualquer empresa privada. O movimento foi convocado pelas centrais sindicais CUT, CTB, UGT, NCST, CSP Conlutas e Intersindical. A Força Sindical, segunda maior central do país, decidiu não participar, por ser favorável à regulamentação da terceirização.

Em São Paulo, os manifestantes concentram-se, desde as 6h, na Ponte das Bandeiras, sobre a Marginal Tietê. O grupo bloqueia o sentido Zona Norte da ponte e chegou a fechar faixas da marginal Tietê.

Professores e servidores da Universidade Federal Fluminense entraram em greve na quinta-feira e participarão de manifestações desta sexta-feiraDivulgação

De acordo com integrantes das centrais, cerca de 500 pessoas participam da manifestação em São Paulo. A Polícia Militar estima que 150 pessoas estejam no protesto. O objetivo dos manifestantes é seguir em caminhada até o Parque Dom Pedro, no centro da cidade, próximo à Prefeitura.

Eduardo Chicão, presidente da Federação Nacional dos Trabalhadores da Energia, Água e Meio Ambiente (Fenatema), explica que a terceirização poderá precarizar o trabalho no país. “O que estão fazendo hoje em âmbito nacional, em propaganda pelas empresas, é dizer que a regulamentação da terceirização é boa para o Brasil, isso não é verdade. Vai precarizar o serviço e o sistema de trabalho no Brasil. O que eles querem é maximizar os lucros deles, em detrimento dos salários dos trabalhadores”, disse ele.

Renê Vicente dos Santos, vice-presidente da Central dos Trabalhadores do Brasil (CTB), disse que a terceirização será prejudicial aos trabalhadores. “O projeto vai precarizar as condições de trabalho, retirar os direitos que temos hoje garantidos na Consolidação das Leis do Trabalho (CLT). Temos uma preocupação muito grande”, declarou.

Na grande São Paulo a paralisação dos ônibus é parcial nas cidades do ABC e em Guarulhos. Em Mauá, funcionários de duas empresas pararam. Em Diadema, trabalhadores de também estão parados.

Há protestos na Baixada Santista. De acordo com a Ecovias, a rodovia Cônego Domênico Rangoni está interditada nos dois sentidos no km 267 devido a manifestação.

A paralisação afetará as aulas no Rio, já que tanto o sindicato dos professores municipais e estaduais quanto os sindicatos das universidades públicas decidiram suspender as atividades. Os bancários também prometem não atuar nas agências hoje. Já os rodoviários não aderiram ao movimento.

As centrais programaram atos em diversas capitais do país. No Rio, haverá uma caminhada de diversas categorias partindo da Candelária rumo à Cinelândia, onde um ato unificado ocorrerá às 18h. Sindicatos também promoverão atos específicos ao longo da sexta-feira.

Minas Gerais

Mesmo com a decisão do Tribunal Regional do Trabalho em Minas Gerais (TRT-MG), determinando que os metroviários cumpram escala mínima com 50% dos trens circulando, a categoria optou por manter a paralisação geral nesta sexta-feira. Com isso, no início desta manhã, não há viagens de metrô.

O ato faz parte do movimento da Greve Geral, que acontece em todo o país. Além do metrô, estão previstas paralisações em escolas estaduais, municipais, Correios, de funcionários de call center's e dos funcionários da saúde da Prefeitura de Belo Horizonte, que estão em greve desde o início desta semana.

O Movimento dos Trabalhadores Sem Terra (MST) também vai participar das manifestações e não estão descartados bloqueios em vias do centro da capital e em rodovias federais e estaduais.

Porto Alegre

Apesar da decisão judicial que proibiu na última quarta-feira a realização de piquetes nas empresas de ônibus em Porto Alegre (RS), trabalhadores fecharam na madrugada desta sexta-feira a porta da garagem da Companhia Carris, que atua no transporte coletivo da cidade.

Há um piquete de motoristas e cobradores neste momento no local. Eles participam do Dia Nacional de Paralisação e Manifestações Rumo à Greve Geral, convocado por entidades sindicais e movimentos populares do campo e da cidade.

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