Por tamara.coimbra

Santa Catarina - O prefeito de Mafra, no Norte de Santa Catarina, sofreu impeachment na madrugada desta quinta-feira após a Câmara de Vereadores aprovar a decisão. Roberto Agenor Scholze (PT) foi denunciado em uma ação civil pública do Ministério Público de Santa Catarina (PMSC) por nepotismo, mas vereadores relataram que a perda do mandado ocorreu também por eles concluírem que o prefeito seria conivente com pagamento irregular de funcionários não contratados por portaria.

Roberto Agenor Scholze passou mal durante a votação%2C por causa de uma crise nervosaReprodução Facebook

Na ocasião, quem assumiu o cargo foi o vice-presidente da Câmara de Vereadores, Abel Bicheski(PR). Já que o vice-prefeito de Mafra morreu, e o presidente da Câmara não aceitou a função.

De acordo com a ação civil pública, Scholze teria empregado em 2013 a própria mãe, Valnete dos Santos, como secretária Municipal da Criança e Ação Social, e a madrasta, Wilmara Herzer, com a função de secretária Municipal do Programa Bolsa Família. O prefeito teve o mandato cassado por sete votos a dois na sessão que começou na tarde desta quarta e só foi terminar na madrugada desta quinta-feira.

Scholze se defendeu afirmando que isso correu no início do mandado, possivelmente, por falta de experiência da diretora do Recursos Humanos da prefeitura que incluiu três nomes na folha de pagamento — elas não tinham função autorizada por portaria. Ele relatou ainda que quando o erro foi identificado, eles ressarciram os cofres públicos, e excluíram os nomes do sistema.

O prefeito alega que três pessoas — o filho de um secretário que estava ajudando, uma amiga que servia cafezinho para ele e um acadêmico que estava na Secretaria de Cultura — foram incluídas de forma irregular no sistema. Scholze disse também que a diretor de RH, que possuía um cargo comissionado, foi afastada e responde processo administrativo.

O parlamentar passou mal durante a votação, por volta das 16h desta quarta, e ficou em observação no hospital da cidade na manhã desta quinta. De acordo com o próprio político, ele teria tido uma crise nervosa.

O prefeito afirmou que não cometeu nenhuma irregularidade e relatou que irá recorrer com as medidas judiciais cabíveis para tentar voltar ao cargo.

Para a defesa de Scholze, a contratação dos parentes não traria danos aos recursos financeiros públicos. O parlamentar reitera ainda que as duas mulheres permaneceram por apenas cinco meses na prefeitura. Entretanto, a juíza Luiana Bardini Alves, da Comarca de Mafra, não aceitou a defesa e julgou procedente o pedido MPSC.

Além da perda do mandato, a Justiça determina a inelegibilidade do político por três anos e o reembolso aos cofres públicos daquilo que foi gasto em salário com a mãe e a madrasta. Ele deve ainda pagar uma multa no valor de duas vezes o próprio salário.

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