Por felipe.martins

Brasília - A CPI da Petrobras aprovou 140 requerimentos nesta quinta-feira em reunião tensa, que atingiu o PT e livrou o presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), de qualquer constrangimento. A comissão aprovou a convocação do presidente do Instituto Lula, Paulo Okamotto, para prestar esclarecimentos sobre doações de R$ 3 milhões feitas, entre 2011 e 2013, pela construtora Camargo Corrêa à entidade do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. A empresa é uma das suspeitas de integrar o esquema de corrupção que atuava na Petrobras.

Okamotto disse que há uma “tentativa de criminalizar o PT”. “O instituto recebe doações, isso é público e notório”, afirmou.

Para o relator Luiz Sérgio%2C a aprovação da convocação de Okamotto é uma tentativa de constranger o PT Agência Câmara

Além disso, os deputados aprovaram a quebra dos sigilos bancário, telefônico e fiscal de diversos suspeitos de envolvimento, incluindo o ex-ministro José Dirceu, um dos condenados no escândalo do Mensalão. Os sigilos já haviam sido quebrados pela Justiça Federal do Paraná, mas a CPI aumentou o período da quebra: de 2005 até junho deste ano.

Ficaram de fora da reunião da CPI os requerimentos para convocar pessoas relacionadas às suspeitas que envolvem Eduardo Cunha no escândalo. O presidente da Comissão, Hugo Motta (PMDB-PB) deixou os requerimentos contra Cunha fora da pauta, separados dos demais, e alegou falta de tempo para não colocá-los em discussão. Pretendia-se a convocação do policial Jaime de Oliveira Filho, conhecido como Careca, que em depoimento à Polícia Federal, disse ter entregue dinheiro em uma casa na Barra da Tijuca que teria Cunha como destinatário.

O relator da CPI Luiz Sérgio (PT-RJ) classificou como “vergonhoso” o fato de a comissão deixar os requerimentos contra Eduardo Cunha fora da pauta.

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