Por fernanda.macedo

Maceió - Um jovem universitário afirmou em seu perfil no Facebook ter sido agredido por policiais do Batalhão de Operações Policiais Especiais (Bope), no bairro de Jaraguá, em Maceió, na madrugada deste domingo. Em sua página na rede social, Fábio Moura diz ser estudante de direito da Sociedade de Ensino Universitário do Nordeste (SEUNE) e natural do Recife, mas reside em Alagoas.

Na publicação, o jovem contou que foi agredido por policiais na saída de uma festa junina enquanto esperava por amigos e familiares encostado em um carro a serviço do Bope. Fábio relatou que não sabia que o veículo era da coorporação e que foi abordado de forma grosseira pelos agentes.

"Enfim, me encostei à espera dos meus irmãos, amigos e cunhada. Nesse meio tempo, coisa de dez minutos (jogo rápido), dois policiais me abordaram e me perguntaram: Está bom o encosto, rapaz? E eu, educadamente, respondi a eles: Desculpa, o carro é seu? Eu estava desligado e não havia visto. Eles me mandaram, agressivamente em alto e bom som (não tão bom), olhar o símbolo do carro e eu olhei, educadamente, assim como minha mãe e meu pai me ensinaram a ser", disse o rapaz.

O rapaz contou que apanhou após encostar em um veículo a serviço da políciaReprodução Facebook

O jovem disse que as agressões começaram quando os policiais pediram para ele olhar novamente o símbolo que estava no carro, mas se recusou a olhar novamente porque já tinha visto que o carro pertencia ao Bope, e que eles estavam abusando da autoridade que tinham. Diante da recusa do rapaz, os policiais iniciaram as agressões. "De primeira levei uma bela tapa na cara, entende? (...) Fiquei muito indignado, pois nunca havia apanhado de ninguém tão injustamente”, contou o jovem.

Na publicação, que já recebeu mais de 1.600 compartilhamentos, Fábio ainda relata como foi a agressão. "No meio de socos enquanto me mantinha com a cabeça baixa e pensava que não havia necessidade de estarem me repreendendo daquela forma, pois como ser humano tenho dignidade a zelar, e a única interpretação que eu tive na hora é que eu estava sendo torturado por absolutamente nada (...)", desabafou o estudante.

Em outro trecho, o rapaz diz que foi levado para um posto policial montado no local. "Chegando ao posto policial fui jogado em cima dos demais que estavam detidos ali, uns algemados e outros não. Jogaram-me como se fosse um brinquedo velho e desprezível e eu caí em cima dos outros que lá estavam com medo de ser torturado ainda mais."

Fábio ainda relata que foi liberado pouco depois de chegar no posto e que percebeu que os nomes dos policiais que o agrediram, que ficam nos uniformes, estavam cobertos com uma tecido preto, impossibilitando a identificação deles. "Como se não bastasse ainda percebi que os policiais que me bateram estavam com o nome oculto, isto é, tinha o nome de identificação em suas fardas sim, mas estava coberto por uma faixa preta. Qual o intuito de não se identificarem, senhores policiais?", escreveu o jovem.

No trecho final da postagem, Fábio afirma que irá procurar seus direitos como cidadão. Procurada pela reportagem do jornal O Dia, a assessoria da Polícia Militar não retornou o contato.

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