Por bferreira

Brasília - Dois dias após as manifestações contra o contra o governo, o PT convocou a população a sair às ruas amanhã para “defender a democracia”. Nas inserções em cadeia nacional de televisão veiculadas ontem à noite, a legenda fez um mea culpa e disse que “qualquer governo e qualquer partido” cometem erros e acertos. “É bom recordar os erros para que não aconteçam mais, mas também é bom lembrar que, juntos, criamos um novo Brasil.”

Nos comerciais, o PT afirmou também que chegou a hora dos brasileiros irem às ruas “defender as conquistas sociais dos últimos anos, os direitos trabalhistas e, acima de tudo, para defender a democracia brasileira”. A mensagem chamou todos a se juntarem aos movimentos sociais, partidos políticos e centrais sindicais e “todos aqueles que acreditam que o Brasil é maior que qualquer crise”.

“Participe e fortaleça a nossa democracia”, concluiu a inserção, conclamando a população a se juntar “ à mobilização nacional” de amanhã. Cada comercial teve 30 segundos. O PT tinha direito a dois minutos para exibir seu material.

Ontem, o presidente nacional do PT, Rui Falcão, classificou como “raivosa” a declaração do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso (PSDB) de que Dilma Rousseff deveria renunciar.

“Teve essa manifestação raivosa agora do Fernando Henrique... Quem quebrou o Brasil três vezes não deveria pedir para a presidente renunciar”, afirmou Falcão, em entrevista à Agência Reuters.

Na avaliação do petista, a ofensiva de Fernando Henrique ocorre diante do refluxo da tese do impeachment da presidente Dilma na semana passada.

Na segunda-feira, o ex-presidente publicou em sua página no Facebook que “se a própria presidente não for capaz do gesto de grandeza (renúncia ou a voz franca de que errou, e sabe apontar os caminhos da recuperação nacional), assistiremos à desarticulação crescente do governo e do Congresso, a golpes de Lava Jato”.

Impeachment é precipitação

O governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB), avaliou ontem como precipitado defender um impeachment da presidente Dilma Rousseff. Para ele, o PSDB deve esperar os resultados das apurações em andamento no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) e no Tribunal de Contas da União (TCU) para se posicionar.

“Se surgir uma proposta de impeachment, o partido tem o dever de analisar e votar. Eu já votei a favor de impeachment, no caso do ex-presidente Collor. Hoje não existe uma proposta. O que você tem é uma crise de governabilidade no país; isso é fato real”, afirmou Alckmin.

Presidente nacional do PSDB, o senador Aécio Neves (MG) disse ontem que pretende fazer uma reunião com a oposição e setores do PMDB que já se manifestaram pelo impeachment de Dilma para discutir a situação política. Aécio afirmou que os protestos de domingo mostraram ao PSDB que é importante ouvir os manifestantes.

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