Por gabriela.mattos

O presidente da Câmara Eduardo Cunha divulgou nota na tarde desta quinta-feira (20), na qual se diz “absolutamente sereno” diante da acusação formal feita pelo procurador-geral da República, Rodrigo Janot, ao Supremo Tribunal Federal (STF).

Na nota, Cunha reclama da condução do inquérito por parte do procurador que, na sua avaliação, fez um “trabalho de exceção”. Cunha ainda mira no PT ao cobrar denúncias contra integrantes do partido supostamente envolvidos no esquema investigado pela Operação Lava Jato. “Soa muito estranho uma denúncia divulgada às vésperas de manifestações vinculadas ao Partido dos Trabalhadores, que tem, entre os seus objetivos, me atacar. Também é muito estranho não ter nenhuma denúncia contra membros do PT”, informa a nota.

Presidente Eduardo Cunha foi denunciado nesta quinta-feira por corrupção passiva e lavagem de dinheiroCâmara dos Deputados

“A evidência de que essa série de escândalos foi patrocinada pelo PT e seu governo, não seria possível retirar do colo deles e tampouco colocar no colo de quem sempre contestou o PT, os inúmeros ilícitos praticados na Petrobrás”, disse Cunha.

O presidente da Câmara também descarta seu afastamento do cargo, já pedido por deputados contrários à sua gestão e, para não ter que responder perguntas sobre as acusações, o que geraria mais desgaste para sua imagem, avisa que seu advogado é quem cuidará de dar as informações sobre o assunto.

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“Estou com a consciência tranquila e continuarei realizando o meu trabalho como Presidente da Câmara dos Deputados com a mesma lisura e independência que sempre nortearam os meus atos, dentro do meu compromisso de campanha de ter uma Câmara independente”, diz a nota. Esclareço, ainda, que o meu advogado responderá sobre fatos específicos referidos na denúncia”, destacou.

Leia a nota na íntegra:

Estou absolutamente sereno e refuto com veemência todas as ilações constantes da peça do Procurador- Geral da República.

Sou inocente e com essa denúncia me sinto aliviado, já que agora o assunto passa para o Poder Judiciário.

Como eu já disse anteriormente, fui escolhido para ser investigado e, agora, ao que parece, estou também sendo escolhido para ser denunciado, e ainda, figurando como o primeiro da lista. Não participei e não participo de qualquer acordão e certamente, com o desenrolar, assistiremos a comprovação da atuação do governo, que já propôs a recondução do Procurador, na tentativa de calar e retaliar a minha atuação política.

Respeito o Ministério Público Federal, como a todas as instituições, mas não se pode confundir trabalho sério com trabalho de exceção, no meu caso, feito pelo Procurador-Geral. E, ainda, soa muito estranho uma denúncia divulgada às vésperas de manifestações vinculadas ao Partido dos Trabalhadores, que tem, dentre seus objetivos, o de me atacar.

Também é muito estranho não ter ainda nenhuma denúncia contra membro do PT ou do governo, detentor de foro privilegiado.

À evidência de que essa série de escândalos foi patrocinada pelo PT e seu governo, não seria possível retirar do colo deles e tampouco colocar no colo de quem sempre contestou o PT, os inúmeros ilícitos praticados na Petrobrás.

Estou com a consciência tranquila e continuarei realizando o meu trabalho como Presidente da Câmara dos Deputados com a mesma lisura e independência que sempre nortearam os meus atos, dentro do meu compromisso de campanha de ter uma Câmara independente. Esclareço, ainda, que o meu advogado responderá sobre fatos específicos referidos na denúncia.

Em 2013, por outro motivo, fui denunciado pelo Ministério Público Federal. A denúncia foi aceita pelo pleno do Supremo Tribunal Federal por maioria e, posteriormente, em 2014, fui absolvido por unanimidade. Isso corrobora o previsto na Constituição Federal, da necessidade do Princípio da Presunção da Inocência.

Por fim, registro ainda que confio plenamente na isenção e imparcialidade do Supremo Tribunal Federal para conter essa tentativa de injustiça.

Presidente da Câmara dos Deputados

Eduardo Cunha

Fonte: IG

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