Por thiago.antunes

Rio - A recriação da CPMF — imposto sobre transações bancárias — dividiu o PMDB. Enquanto os presidentes da Câmara, Eduardo Cunha (RJ), e do Senado, Renan Calheiros (AL), se posicionaram contra a volta do tributo, o governador do Rio, Luiz Fernando Pezão, e o prefeito Eduardo Paes defenderam o retorno da cobrança da alíquota de 0,38% sobre as movimentações financeiras. Desde, é claro, que a arrecadação seja compartilhada com os estados e municípios.

“É importante que seja compartilhado entre estados e municípios. Compartilhado, é o melhor imposto que existe. Acho um imposto justo, porque quem tem mais renda paga mais. Permite que vejamos para onde está indo dinheiro e facilita que o governo federal combata a sonegação fiscal”, afirmou Pezão, que esteve ontem em Brasília.

Pezão defende a volta da CPMF desde que o imposto seja compartilhado com estados e municípiosTânia Rêgo / Agencia Brasil

Opinião semelhante a do líder do PMDB na Câmara, deputado Leonardo Picciani (RJ). “A CPMF é um imposto justo, e incide mais sobre quem tem mais, ou seja, faz grandes movimentações bancárias. Não dá para negar que nossa carga tributária é enorme, mas, ao ser colocado para saúde, a CPMF faz justiça”, disse Picciani, em entrevista ao programa ‘Jogo do Poder’, que vai ao ar amanhã, às 23h, na Rede CNT.

A proposta da nova CPMF será apresentada na segunda-feira, e deve colocar 90% da arrecadação nas mãos da União. O projeto deve fixar a alíquota em 0,38%. Deste total, 0,35% devem ir para o governo federal, 0,02% para estados e 0,01% para municípios.

Dificuldades

Procurado pela presidente Dilma Rousseff, o vice-presidente Michel Temer fez uma avaliação política que a recriação da CPMF enfrentará grande resistência no Congresso Nacional e também no setor produtivo. Dilma, então, pediu que Temer conversasse com o ministro da Fazenda, Joaquim Levy, para fazer a ele a avaliação política da matéria.

Para Renan Calheiros, a volta do tributo será um “tiro no pé do governo”. Já Eduardo Cunha disse ser “difícil” que deputados apoiem a ideia. Em 2007, Eduardo Cunha era o relator da proposta da prorrogação da CPMF, durante o governo Lula. Barganhou, atrasou o relatório, e só liberou seu parecer depois que seu desejo de ver o ex-prefeito do Rio Luiz Paulo Conde, morto mês passado, na presidência de Furnas foi atendido. Na época, o tributo não foi aprovado pelo Senado.

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