Por fernanda.macedo

Brasília - O presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha, foi citado por mais um réu durante delação premiada ao Ministério Público Federal (MPF). O ex-gerente da Petrobras, o engenheiro Eduardo Musa, afirmou que Cunha tinha a "palavra final" na indicação para a Diretoria Internacional da estatal.

Engenheiro disse que o presidente da Câmara dava a 'palavra final' na indicação para a Diretoria Internacional da PetrobrasMarcelo Camargo / ABR

Em trecho da delação, Musa diz afirma que: “João Augusto Henriques disse ao declarante que conseguiu emplacar Jorge Luiz Zelada para diretor internacional da Petrobras com o apoio do PMDB de Minas Gerais, mas quem dava palavra final era o deputado Eduardo Cunha do PMDB/RJ”

De acordo com o MPF, Eduardo Musa e ex-diretor da Área Internacional da Petrobras Jorge Luiz Zelada aceitaram receber propina de cerca de US$ 31 milhões de Hamylton Padilha e Nobu Su, para favorecer a contratação, em janeiro 2009, da empresa Vantage Drilling Corporation para afretamento do navio-sonda Titanium Explorer pela Petrobrás ao custo de US$ 1,816 bilhão.

Defesa

O Supremo Tribunal Federal (STF) concedeu no começo do mês,15 dias para o presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), apresentar defesa ao Supremo Tribunal Federal (STF). Cunha foi denunciado por corrupção e lavagem de dinheiro na Operação Lava Jato.

Desde o fim do mês de agosto, quando o deputado foi notificado sobre a apresentação da denúncia, os advogados tinham 15 dias para enviar a manifestação, prazo que terminaria em 9 de setembro. Com a nova decisão, Cunha pode se manifestar até 24 de setembro.

De acordo com o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, Eduardo Cunha recebeu US$ 5 milhões para viabilizar, em 2006 e 2007, a contratação de dois navios-sonda pela Petrobras, junto ao Estaleiro Samsung Heavy Industries.

O negócio foi formalizado sem licitação e ocorreu com intermediação do empresário Fernando Soares, conhecido como Fernando Baiano, que está preso há nove meses em Curitiba, e do ex-diretor da Área Internacional da Petrobras Nestor Cerveró. Todos são investigados pela Operação Lava Jato.

O caso foi descoberto após depoimento de Júlio Camargo, que fez acordo de delação premiada. Conforme a denúncia, Camargo também participou do negócio e recebeu US$ 40,3 milhões da Samsung Heavy para concretizar a contratação.

A denúncia foi rebatida com “veemência” por Eduardo Cunha, que chamou de “ilações” os argumentos apresentados por Janot. Na época, o deputado se disse inocente e aliviado, “já que o assunto passava para o Poder Judiciário”.

Depois de receber a manifestação da defesa do deputado, o ministro Teori Zavascki vai elaborar seu voto e levá-lo a julgamento no plenário do STF. Se a maioria dos ministros entender que existem provas para abertura da ação penal, Cunha passará à condição de réu.

Fonte: IG

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