Por tabata.uchoa

Estados Unidos - A presidente Dilma Rousseff disse ontem nos Estados Unidos que o governo está “extremamente” preocupado com a alta do dólar por conta de empresas endividadas na moeda norte-americana, mas afirmou que as reservas internacionais do país impedem que haja uma “disruptura” (rompimento) por conta do câmbio.

“O Brasil hoje tem reservas suficientes para que não tenhamos nenhum problema, nenhuma disruptura por conta do dólar”, disse Dilma a jornalistas em Nova York, onde se encontra para participar da Assembleia Geral da Organização das Nações Unidas (ONU) e outros encontros.

Na cúpula da ONU%2C a presidenta Dilma Roussef se reuniu com os líderes Angela Merkel (Alemanha)%2C Narendra Modi (Índia) e Shinzo Abe ( Japão)Roberto Stuckert Filho/PR


“Estamos extremamente preocupados, porque tem empresas endividadas em dólar”, continuou a presidente, para concluir que “o governo terá uma posição bem clara e firme como foi essa que o Banco Central teve ao longo do final da semana passada”, numa referência à pesada intervenção do BC no mercado de câmbio nos últimos dias para conter a alta da moeda americana.

Além da própria atuação do BC, por meio de leilões de venda de dólares com compromisso de recompra e de novos swaps cambiais, declarações do presidente do banco, Alexandre Tombini, ajudaram a aliviar a pressão de alta do dólar.

Na quinta-feira passada, Tombini disse que “certamente todos os instrumentos estão à disposição do BC”, em resposta a questionamento sobre o uso das reservas cambiais diretamente no mercado de câmbio.
“Em relação às reservas internacionais, são um seguro. Pode e deve ser utilizado”, disse ele a jornalistas, em uma aparição surpresa na apresentação do Relatório Trimestral de Inflação.

Depois de encostar nos R$ 4,25, o dólar encerrou a semana abaixo dos R$ 4,00, a R$ 3,9757. A alta da cotação do dólar não só afeta as empresas que tenham dívidas na moeda americana como também está impedindo a redução da inflação, apesar da crise econômica.

Os preços de produtos importados e também de alimentos que têm influência do custo da moeda, como o pão francês e a carne, registram aumento este ano superiores aos índices de inflação inflação oficial.

G4 debate Conselho da ONU

Durante encontro na manhã de ontem em Nova Iork, os líderes do grupo G4 (Brasil, Índia, Alemanha e Japão) defenderam a importância de um Conselho de Segurança mais representativo, legítimo e eficaz.
Em documento conjunto assinado pela presidenta Dilma Roussef, pelo primeiro ministro da Índia, Narendra Modi, pela chanceler da Alemanha, Angela Merkel e pelo primeiro ministro do Japão, Shinzo Abe, os líderes do G4 disseram que um Conselho de Segurança mais representativo, legítimo e eficaz é mais necessário do que nunca para lidar com os conflitos e crises globais, que têm proliferado nos últimos anos.

Segundo eles, não tem havido progresso substantivo desde a Cúpula Mundial de 2005, na qual todos os Chefes de Estado e Governo apoiaram por unanimidade uma reforma urgente do Conselho de Segurança como elemento essencial do esforço mais amplo para reformar as Nações Unidas”.

Ainda no documento, os representantes do G4 defenderam um cronograma para o processo em curso na ONU para promover essa reforma.

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