Por gabriela.mattos

Minas Gerais - Três alunas do curso de administração da Universidade Estadual de Minas Gerais (UEMG), em Passos, no Sul de Minas, estão sendo investigadas por injúria racial após chamar uma faxineira da faculdade de “macaca”. A confusão aconteceu na manhã da última segunda-feira, quando as estudantes se incomodaram com a limpeza da funcionária.

Nesta quarta-feira, estudantes da instituição e membros de movimentos sociais realizaram uma manifestação repudiando o ato. Cerca de 200 pessoas participaram da ação. A técnica em Mineração e Consultoria Ambiental Mônica Silva, membro do coletivo SoulVoz, conta que o protesto foi convocado para mostrar indignação diante do episódio.

Alunos fazem protesto após episódio de racismo em universidadeReprodução Facebook Indsol

“Toda a articulação da manifestação foi feita em sigilo. A intenção era ocupar a universidade enquanto a acusada estivesse em aula O recado de dor e indignação da comunidade negra tinha um endereço e ele não era a universidade em si, mas a agressora. Embora tenha sido dito em diversas mídias que eram três agressoras, apenas uma delas atacou a funcionária com xingamentos sexistas e racistas”, conta.

Entenda o caso

De acordo com o Boletim de Ocorrência (BO), as alunas estavam saindo do intervalo da aula quando reclamaram com a vítima e outras duas funcionárias de que aquela hora não era a hora de limpar a faculdade. “Isso não é hora de lavar corredor. Agora é hora do intervalo... vacas”, teriam dito.

No meio da discussão, uma das alunas - bastante exaltada - teria ido em direção a uma das faxineiras negras e falado: “Para de limpar, sua macaca. Por que ainda está limpando? Já falamos para parar”. Após o episódio, as três funcionárias teriam saído do local para evitar um tumulto ainda maior.

A faxineira ofendida, auxiliada por outros alunos da universidade, foi até a delegacia da cidade, onde realizou a denúncia contra as três estudantes.

De acordo com a Polícia Civil de Passos, um inquérito sobre o caso já foi aberto. Nos próximos dias, a polícia irá intimar as três alunas suspeitas do crime e outras testemunhas que estavam presentes na hora das provocações. O prazo da investigação é de 30 dias. Se for comprovado o crime de injúria racial, as estudantes podem pegar pena de 1 a 3 anos de prisão.

Ciente do assunto, a UEMG abriu uma sindicância, cabendo à unidade realizar as punições que vão de uma advertência a até a uma suspensão das alunas, conforme o regimento da universidade As alunas, funcionárias, e testemunhas também serão ouvidas pela UEMG.

Fonte: IG

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