Por gabriela.mattos

Brasília - O procurador-geral da República, Rodrigo Janot, confirmou, nesta quinta-feira, a existência de contas bancárias do presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha, na Suíça. Além do parlamentar, a mulher e uma das filhas também têm contas no país.

A Procuradoria-Geral da República confirmou ainda que as contas do parlamentar foram bloqueadas. Janot encaminhou um documento ao Psol ressaltando que Cunha está sendo investigado por lavagem de dinheiro e corrupção no Ministério Público da Suíça.

Segundo o deputado Chico Alencar (Psol), a resposta do procurador fornece o “elemento fundante” para uma representação no Conselho de Ética por conter confirmação oficial da denúncia, e não apenas citação de notícias jornalísticas, argumento que não costuma ser aceito pelo conselho.

PGR confirmou que Eduardo Cunha tem contas bancárias na SuíçaAgência Brasil

“Agora, esse documento aqui formal, oficial, e com a confirmação de que tudo que vocês (jornalistas) ... têm produzido, nós temos então plena condição de fazer essa representação”, disse o líder, acrescentando que preparam uma peça “robusta” para ser apresentada ao conselho.

Questionado sobre o assunto, Cunha disse que não viu as respostas dadas ao Psol e que responderá “na hora que tiver de responder”. Ele, entretanto, afirmou ainda que o Psol já é “uma oposição conhecida” dele. Sobre a acusação de possuir contas no exterior, Cunha respondeu que "já falou o que tinha de falar sobre isso".

O Psol, aliado a deputados de outros partidos, já havia apresentado, na quarta-feira, um representação à Corregedoria da Câmara solicitando uma investigação de Cunha. Mas como o caso precisa ser remetido pela Corregedoria à Mesa da Câmara, presidida por Cunha, os deputados solicitaram ao corregedor que recomende que Cunha se declare impedido de deliberar sobre a representação.

Presidente da Câmara pode ser afastado do cargoMarcelo Camargo / ABR

“Qual a diferença entre a representação de ontem na Corregedoria para esta no Conselho de Ética? É que no Conselho de Ética, afinal, os partidos, através dos seus representantes, vão ter que se posicionar”, disse Alencar. “Todos os partidos aí que se mantém até agora num mutismo total (terão de dizer) se acolhem ou não essa representação, como se posicionam diante dela.”

O procurador diz ainda que a PGR apresentará “no tempo oportuno” suas conclusões sobre o caso ao Supremo Tribunal Federal (STF). O documento faz a ressalva de que essa conclusão da PGR não está vinculada a qualquer posicionamento anterior adotado pelo Ministério Público da Suíça no procedimento local.

?Com informações da Reuters

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