Por fernanda.macedo

Brasília - A Polícia Federal prendeu, na manhã desta sexta-feira, o empresário Wagner Canhedo Filho, principal gestor do grupo Canhedo, que atua nos setores de hotelaria e de transportes no Distrito Federal. O empresário é filho de Wagner Canhedo Azevedo, antigo dono da falida empresa áerea Vasp (Viação Aérea São Paulo).

A Justiça determinou a prisão preventiva de Canhedo Filho a pedido do Ministério Público Federal (MPF). Ele é investigado por suspeita de fraude à execução fiscal, falsidade ideológica, lavagem de dinheiro e associação criminosa. Em maio, Canhedo Filho foi preso em flagrante por porte ilegal de armas, na Operação Patriota, deflagrada pela PF e pela Procuradoria da Fazenda Nacional. A operação desarticulou um esquema de fraude fiscal superior a R$ 875 milhões. O Núcleo Criminal do MPF investiga o caso desde o ano passado. Na ocasião, o empresário pagou fiança e foi liberado no mesmo dia.

Em nota, o MPF informou que, com a prisão, os investigadores pretendem garantir “o fim de práticas adotadas com o propósito de impedir a execução de dívidas tributárias” por parte dos gestores do Grupo Canhedo. Na Operação Patriota, a Polícia Federal, o Ministério Público Federal e a Procuradoria da Fazenda Nacional identificaram que empresas de fachada eram usadas pelos gestores do Grupo Canhedo para ocultar o faturamento das empresas em débito com a Receita Federal.

Naquele momento, a suspeita era a de que Canhedo Filho usava empresas fantasmas, abertas em nomes de laranjas, para movimentar o dinheiro arrecadado pelo complexo empresarial, impedindo, dessa forma, o cumprimento de execuções fiscais. A apuração já identificou pelo menos seis empresas que teriam sido usadas na prática. Em agosto, os investigadores reuniram novas informações que revelaram que o empresário mantém a prática criminosa. “Canhedo Filho migrou seu esquema para a utilização de outras empresas, até então não conhecidas e também não atingidas pelos bloqueios judiciais, no âmbito da Execução Fiscal, dentre as quais seguramente a Cooperativa de Transportes Alternativos e Autônomos do DF”, afirmou o MPF no pedido de prisão enviado à Justiça.

De acordo com órgão, no dia 28 de agosto, o empresário sacou mais de R$ 1,2 milhão de uma conta bancária em nome da Cooperativa que, anteriormente, havia recebido depósitos vultosos da principal empresa do grupo. Em depoimento à polícia, o responsável pela cooperativa Coota-DF, Gilbson Luna Gadelha, confirmou as suspeitas de que Canhedo Filha usa a entidade para movimentar o esquema fraudulento. Além da prisão, também foi solicitado que o empresário seja proibido de deixar o país. Os investigadores justificam que diante do “robusto” poder econômico, o risco de fuga é “inafastável”, o que poderia colocar em risco a aplicação da lei penal.

Com informações da Agência Brasil 

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