Por felipe.martins

Rio - Acuado pelos documentos suíços, confirmando que tem contas nos bancos do país em seu nome e no de sua mulher, o presidente da Câmara, Eduardo Cunha, deve dar início hoje ao primeiro pedido de impeachment da presidenta Dilma Roussef, elaborado pelo jurista Hélio Bicudo e apoiado pelo PSDB.

Segundo especialistas, esta seria a melhor maneira de ele desviar a atenção sobre as acusações que sofre, já que recentemente, em CPI da Petrobras, o presidente da Câmara negou ter contas no exterior. “Minha atuação será normal. Vou tomar uma decisão”, disse o político do PMDB do Rio de Janeiro. Segundo o MP suíço, Cunha usou suas contas para pagar faturas de cartões de crédito internacional e despesas pessoais da mulher e da filha na Inglaterra, na Espanha e nos Estados Unidos, entre outros países.

Dilma reuniu ministros do chamado núcleo duro para traçar estratégias contra o possível impeachmentABr

Ele garantiu também que as acusações sobre as contas na Suíça não afetarão seu ritmo de trabalho. Segundo tem repetido a seus interlocutores, Cunha não se afastará do cargo ou renunciará. Ao mesmo tempo em que ameaça dar sequência ao impeachment, ele tem de lidar com três ações impetradas no Superior Tribunal Federal (STF) pelos deputados Wadih Damous e Paulo Teixeira — ambos do PT — que tentam barrar tramitação dos pedidos.

Se Cunha manobra para iniciar o impeachment, o Palácio do Planalto articula para se precaver. A presidenta Dilma Rousseff, ameaçada pelas pedaladas fiscais reprovadas pelo Tribunal de Contas da União, reuniu-se com os ministros Ricardo Berzoini, da Secretaria de Governo, e Aldo Rebelo, da Defesa, no final de semana e ontem. A ordem é acionar a nova base política do governo, que veio com a reforma ministerial da semana passada, para conseguir barrar um eventual pedido.

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