Por clarissa.sardenberg
Brasília - A Polícia Federal (PF) prendeu nesta terça-feira, em Brasília, o empresário e pecuarista José Carlos Bumlai, na Operação Passe Livre, 21ª fase da Operação Lava Jato. Ele está sendo levado para a Superintendência da PF, em Curitiba, onde ficará preso preventivamente. Amigo do ex-presidente Lula, Bumlai é suspeito de corrupção, fraude a licitações envolvendo contrato de navio-sonda da Petrobras e lavagem de dinheiro, segundo a PF. Ele teria lucrado com tráfico de influência durante o governo do ex-presidente. 

Bumlai iria depor nesta terça, às 14h30, na Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) do BNDES, na Câmara dos Deputados, que investiga operações envolvendo o banco estatal e por isso estava em Brasília. A prisão foi decratada pelo juiz Sérgio Moro.

Polícia Federal prendeu pecuarista José Carlos Bumlai em operação nesta terça-feiraMarcelo Camargo / ABR

A Operação Passe Livre investiga indícios de fraude em licitação na contratação de navio sonda pela Petrobras. Estão sendo cumpridos 25 mandados de busca e apreensão, um mandado de prisão preventiva e seis mandados de condução coercitiva em São Paulo (SP), Lins (SP), Piracicaba (SP), Rio de Janeiro (RJ), Campo Grande (MS), Dourados (MS) e Brasília (DF).

Segundo a PF, “complexas medidas de engenharia financeira foram utilizadas pelos investigados com o objetivo de ocultar a real destinação dos valores indevidos pagos a agentes públicos e diretores da estatal”.
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Participam da operação, 140 policiais federais e 23 auditores fiscais. Os investigados nesta fase responderão pela prática dos crimes de fraudes a licitação, falsidade ideológica, falsificação de documentos, corrupção ativa e passiva, tráfico de influência e lavagem de dinheiro.
Investigação 
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O pecuarista e o ex-presidente Lula se conheceram durante a campanha presidencial de 2002. Os dois teriam sido apresentados pelo ex-governador do Mato Grosso do Sul, o petista Zeca.
Ele começou a ser investigado na Operação Lava Jato depois de o lobista Fernando Baiano afirmar em delação premiada que deu R$ 2 milhões a Bumblai, que teria lhe dito que o dinheiro era destinado para o pagamento de um imóvel de uma nora de Lula.
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Na última semana, Salin Schahim, um dos sócios do grupo Schahin declarou que o Banco Schahin emprestou R$ 12 milhões a Bumlai — dinheiro que seu advogado afirma ter sido aplicado nos negócios do pecuarista. O ex-gerente da Petrobras Eduardo Musa afirmou em depoimento que ouviu do ex-diretor da estatal Nestor Cerveró que esse emprétimo era para ajudar no pagamento de uma dívida de campanha do PT que somava R$ 60 milhões.
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*Com informações da Agência Brasil