Por bferreira
Rio - A Polícia Federal apreendeu documentos ontem que podem ajudar a esclarecer um suposto contrabando de material radioativo do Brasil, como urânio. O material seria destinado a grupos extremistas no exterior. Cerca de 200 policiais federais cumpriram 58 medidas judiciais em Pernambuco, Goiás, Minas Gerais, Distrito Federal, São Paulo, Pará e Tocantins. A movimentação do grupo, ao longo da investigação, foi estimada em R$ 500 milhões, segundo a PF. Em toda a operação, foram cumpridos 10 mandados de prisão temporária, 19 de busca e apreensão e 29 conduções coercitivas.
A apreensão é parte da Operação Soldner, deflagrada em seis estados e no Distrito Federal, com o objetivo de combater e desarticular uma organização criminosa que atuava no comércio ilegal e na exportação maciça de minérios e pedras preciosas.
Publicidade
A PF suspeita que os criminosos contrabandeavam urânio, entre outros minérios. A denúncia foi recebida em 2013 e desde então era investigada. Dois empresários suspeitos de integrar a organização foram presos em Goiás.“Nós temos indícios razoáveis do contrabando de material radioativo. Existe um mercado consumidor forte fora do país”, disse o delegado responsável pelas investigações, Charles Lemes.
Os investigadores descobriram que a organização é formada por duas células — uma trabalha na comercialização ilegal de pedras preciosas e é composta, em sua maioria, por empresários do ramo e pequenos comerciantes de joias. O minério e as pedras preciosas seguiam uma rota que passava por Portugal, Bélgica e Israel, tendo como destino Dubai, nos Emirados Árabes Unidos.
Publicidade
A outra célula é integrada por autônomos e pequenos empresários que comercializariam, mediante fraude, títulos da dívida pública e moeda estrangeira, em transações financeiras envolvendo bancos venezuelanos.